Saiu no Fantástico de domingo passado (16/8): o cantor country americano Garth Brooks volta ao Brasil, depois de 17 anos. Ficou afastado do meio artístico durante 15 anos para cuidar das três filhas e agora, segundo ele, como cada uma seguiu seu caminho, ele voltou para os palcos. Foi recebido por milhares de fãs nos três primeiros shows que fez nos Estados Unidos recentemente.
O próximo será na noite de hoje. Garth Brooks estará na Festa de Peão de Barretos, cantando ao lado de Chitãozinho e Xororó. A expectativa é de um público de 100 mil pessoas para prestigiar o cantor e rever seus grandes sucessos.
O que encanta nessa história é que o super astro vem ao Brasil a convite do diretor geral do Hospital de Câncer de Barretos – Henrique Prata. Conhecedor do projeto do Hospital, que atende 6.000 pessoas por dia – gratuitamente - Grath Brooks aceitou o convite e virá fazer a apresentação sem nenhum custo, pagando inclusive suas despesas de viagem.
Assistindo ao programa, o nó na garganta é inevitável; a gente não sabe quem é o mais generoso. Vivemos mergulhados em várias crises: é crise hídrica, crise financeira, crise dos combustíveis, mas a que mais fere nosso orgulho como povo brasileiro é crise de valores. Há muita gente boa fazendo o bem anonimamente, mas os escândalos de corrupção envolvendo políticos, o mundo dos esportes, das instituições filantrópicas – algumas chamadas “pilantrópicas” arranham nossa autoestima e diminuem nossa fé.
Como defesa, talvez, pensamos que os bandidos corruptos estão todos muito longe de nós e usamos o mesmo raciocínio para os benfeitores; achamos que não há ninguém tão bom ao nosso redor. Nos dois casos, estamos enganados. Há pessoas de todo tipo por toda parte.
Na entrevista, Garth, sabendo de todo barulho que o nome de um grande astro sempre causa, não se deixou cegar pela vaidade. Vendo a ênfase na expectativa de seu show, o grande Garth afirmou que homens como Henrique Prata devem ter muito sucesso no que fazem porque eles melhoram o mundo. Num gesto de extrema humildade, mas de enorme sabedoria, declarou que a verdadeira estrela da festa será o diretor do Hospital. Em suas palavras, “ele é o cara da capa; ele é o herói”.
Não conheço nem um dos dois, mas sinto grande orgulho de ser cidadã do mesmo país de um Henrique Prata. Acredito que sua missão vai além: vejo-o com um homem de verdade, que enxerga no próximo um outro de verdade. Isso, sim, é heroico.
A ele, meu respeito e minha admiração. Conforta-me lembrar de que “ele (também) está no meio de nós”.
