Chega de conversa...

20 de Agosto de 2025

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Chega de conversa...

Comecei o ano de 2014 com um firme propósito. Em vez de fazer aquelas listas enormes de boas intenções como: fazer mais atividades físicas, adotar uma alimentação mais saudável, viajar mais, comprar menos – estabeleci uma única meta: parar de falar mal dos outros. Sabemos que “parar” é difícil, mas se eu conseguir diminuir um pouco, caminharei um tanto mais leve.

O motivo é simples: quando faço algum comentário desagradável sobre alguém, logo vem a autocensura; em seguida, a culpa. Se por acaso, vejo minha vítima na rua e ela não me cumprimenta, pronto! Já começo a achar que me entregaram, que ela já sabe o que falei e fico num mal-estar por vários dias. Além da dúvida, é claro, que fica batendo na minha cabeça: “ela ficou sabendo mesmo ou foi coincidência?”

Será que vale a pena passar por tudo isso simplesmente porque não conseguimos ficar com a boca fechada?

Quando o comentário vem de uns – sobre outros – para mim, procuro não passar adiante; nem sempre consigo, confesso! Mas tento, porque se há outra coisa que detesto é ter que explicar o que disse, o que não disse, não é bem assim...  Essas situações geram um desconforto tão grande, que afetam nossa qualidade de vida, pois ficamos literalmente atormentados.

Agora, quando alguém vem me dizer coisas desagradáveis que disseram a meu respeito, fico olhando bem para o(a) autor (a) da fofoca, tentando adivinhar a intenção daquela criatura. Na maioria das vezes, é simplesmente promover o caos, é ver o circo pegar fogo mesmo!

Há pessoas que ao descobrirem a maledicência, demonstram a mágoa publicamente; vão para o Facebook e postam textos carregados de mal humor e alfinetadas. Péssima ideia! Ninguém sabe ao certo para quem estão sendo destinadas aquelas palavras; para atingir um, infectam um monte de gente com seu “chateado”.

Gosto muito da máxima de Freud, que resume toda essa história: “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. É bom ter juízo e bom senso para evitar situações embaraçosas para os outros e, principalmente, para nós mesmos. Talvez isso não garanta a felicidade, mas melhora a qualidade dos relacionamentos, o que já facilita bem a nossa vida.