A Leishmaniose já causou estrago na região. Cidades como Votuporanga e Jales foram obrigadas a sacrificar milhares de animais com a doença que também contaminou humanos com registro de mortes. Em Fernandópolis, a doença continua sem merecer a atenção devida, tanto que o CCZ – Centro de Controle de Zoonoses, possui apenas uma equipe com três pessoas para exames em animais.
O veterinário do CCZ, Mileno Tonissi, aponta que a doença chegou prá valer em Fernandópolis e cita que só este ano já foram notificados cerca de 30 casos da doença. A cidade também já registrou um caso de leishmaniose em humano. A mulher contaminada foi atendida no Cadip – Centro de Atendimento a Doenças Infecto-Parasitárias e passa bem. “Mas no caso de cães, o número é grande e não há tratamento sendo que o Ministério da Saúde preconiza a eutanásia do animal contaminado”, diz Tonissi.
De acordo com o CCZ, o sangue coletado dos animais na cidade é submetido a um teste rápido para leishmaniose e se der positivo, é encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz para o exame confirmatório (o Elisa).
“Estamos buscando ampliar a equipe para aumentar a coleta de sangue nos animais. Nós começamos com 10 pessoas e hoje só temos três na coleta”, apontou o veterinário, que apontou ainda que a população pode levar o animal no Centro de Zoonoses para fazer o exame, não precisando esperar que a equipe passe na residência.
No ano passado, em convênio com o Adolfo Lutz, o CCZ promoveu o encoleiramento de quatro mil animais. Esse convênio terminou em dezembro e não há previsão de novas coleiras de deltametrina que espanta o mosquito transmissor da doença. Aliás, as coleiras colocadas nos animais já perderam o prazo de validade, que é de seis meses.
Para o controle da Leishmaniose, a recomendação é que as pessoas limpem os quintais, principalmente material orgânico que favorece a proliferação do mosquito palha, transmissor da doença.
Tonissi apontou ainda um problema grave que a cidade vem enfrentando que são os animais abandonados pelas ruas. Segundo ele, o CCZ realiza em média 10 castrações de animais por dia e mesmo assim a população errante continua aumentando. Há denúncias que pelo fato de Fernandópolis ter Centro de Zoonoses, pessoas da região vêm abandonar animais na cidade.
Entidades do terceiro setor, como a Associação Pelos e Patas tem desenvolvido campanha pela posse responsável de animais e mantém parcerias com clínicas veterinárias da cidade para tratamento de animais que são recolhidos nas ruas. A associação realiza com frequência Feira de Adoção de Animais e promoções para bancar os custos.