A confirmação do segundo caso de gestante em Fernandópolis contaminada pelo zika vírus causou preocupação à população. Trata-se de gestante já na 39ª semana de gravidez. No primeiro caso, a gestante já havia passado da metade do período gestacional o que afasta o risco de microcefalia nos bebês.
De acordo com o médico infectologista do Cadip- Centro de Atendimento a Doenças Infecto-Parasitárias, Márcio Gaggini, “os exames realizados nas gestantes mostram que os bebês estão se desenvolvendo normalmente. Esses dois casos servem de alerta para nós, mas não têm risco de microcefalia. A idade gestacional em que as grávidas tiveram a doença, está fora do chamado período critico da doença, que é o primeiro trimestre de gravidez”.
Segundo o médico, a contaminação pelo zika que oferece risco de casos de microcefalia é a que ocorre no primeiro trimestre de gravidez, quando está se formando o sistema nervoso vital da criança.
Gaggini alerta as grávidas em início de gestação para que tenham cuidado, usando repelente o máximo que puderem para evitar contato com o aedes aegypti. “O ideal é a população ajudar no controle do vetor, porque assim estaremos evitando três doenças, a dengue, a zika e a chikungunya”, recomendou.
Os dois casos de zika mostram que o vírus está circulando em Fernandópolis. “A partir do momento que é confirmado um caso de zika na cidade, passamos a seguir o protocolo do Ministério da Saúde. Os casos que não se enquadram na população de risco formado pelas gestantes e nas formas graves da zika, que são as formas neurológicas (que podem provocar a doença chamada de Guillain-Barré), o diagnóstico será fechado pela exclusão clinica. Primeiro faremos a sorologia para dengue e depois vamos fechando o caso pela forma clínica da doença”, explica. Gaggini disse que é possível que Fernandópolis já tenha tido outros casos de zika, mas que não foram diagnosticados.
Os sintomas da zika (dor articular, febre e indisposição) são comuns da dengue. O que normalmente difere uma da outra é a febre, que é mais baixa na zika e a vermelhidão pelo corpo que pode ocorrer a partir do primeiro ou segundo dia. Em alguns casos os olhos também ficam vermelhos, como se fosse uma conjuntivite associada.
O infectologista do Cadip apontou ainda que não sabe precisar, mas a terceira doença transmitida pelo aedes aegypti, a chikungunya, mais dias, menos dias, vai chegar a Fernandópolis.
