O impacto da crise econômica atingiu em cheio 797 trabalhadores em Fernandópolis nos últimos 12 meses. Eles estão na lista dos desempregados, segundo pesquisa “Evolução do Emprego” divulgado pelo Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Emprego e Trabalho. Janeiro e fevereiro foram meses críticos para os trabalhadores onde 219 deixaram o mercado formal de trabalho. A indústria e o comércio foram os que mais demitiram neste início de ano.
“O comércio sentiu muito o impacto da crise econômica”, disse o presidente da Acif – Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis, Dirceu Miralha. O comércio que é segmento da economia da cidade que mais emprega mão de obra acaba apresentando maior rotatividade no emprego, principalmente no início do ano. “Os comerciantes estão adequando seus negócios ao momento que exige cortes. Parte das dispensas é de mão de obra temporária contratada para o final do ano”, explicou.
Para Miralha, apesar da forte retração da economia com reflexo direto no comércio ele enxerga um ponto positivo. “Nas cidades onde a indústria é mais forte, o impacto é maior no desemprego. Acredito que vamos sair desse quadro mais fácil que outras cidades”, aposta.
Para o presidente da Acif, a espiral do desemprego acaba refletindo também na inadimplência. “É uma bola de neve. Já estou no comércio há muitos anos e situação semelhante só à vivida na época do Plano Cruzado há mais de 30 anos”, acrescentou.
O saldo em 12 meses revela um quadro crítico na indústria de transformação, construção civil e comércio (veja quadro). O melhor desempenho é do setor de serviços que manteve estabilidade, com pequeno saldo positivo na comparação entre admissões e demissões.
Depois de um boom na construção civil com a expansão imobiliária e lançamento de grandes projetos, o setor foi atingido de forma dura. Em 12 meses, o setor registrou encolhimento de 18,5% na oferta de trabalho.