O Fórum de Fernandópolis amanheceu na quinta-feira, 17, com a bandeira do Brasil hasteada com uma faixa preta, uma forma de manifesto do Poder Judiciário em apoio as decisões judiciais praticadas pelo juiz Federal Sérgio Moro, que comanda a operação Lava Jato. O manifesto foi mantido nesta sexta-feira, 18.
O juiz de Direito e diretor do Fórum, Heitor Katsumi Miura justificou o manifesto como forma de preservar a independência e autonomia de todos os juízes “que têm que decidir em casos ainda que pressionados, quer pela opinião pública, quer por políticos, quer pela imprensa, ou quem quer que seja. Ele tem que ter a tranquilidade de decidir de forma independente para que a justiça seja feita”.
Miura considerou a “situação muito grave e o País precisa de muita calma nesse momento e se posicionar para manter as instituições. Se não tiver um Poder Judiciário independente, se não tiver imprensa livre e uma OAB atuante, o País fecha”. Ele defendeu ainda atuação firme do Poder Legislativo e de representantes da sociedade civil e movimentos sociais. “Todos têm que se posicionar pela liberdade das manifestações”, enfatizou.
Depois de uma carreata no domingo, que reuniu cerca 800 veiculos (entre carros, motos e bicicletas), os fernandopolenses voltaram às ruas na noite de quarta-feira para protestar contra o governo Dilma, o PT e o ex-presidente Lula.
Após a nomeação do ex-presidente Lula para ministro chefe da Casa Civil, e da divulgação de gravações telefônicas entre ele e a presidente Dilma Rousseff, que comprovariam que essa nomeação se deu para que ele obtivesse foro privilegiado, a principal Avenida de Fernandópolis, a Expedicionários Brasileiros, foi tomada por cidadãos revoltados com a manobra. De carros, motos, caminhões camionetes e até a pé, dezenas de fernandopolenses levantaram novamente suas bandeiras verde e amarelas e foram protestar. Eles passaram a circular pela avenida da cidade ao som de suas buzinas e gritos de “fora Dilma”, “fora PT” e “impeachment já”.
A Polícia Militar chegou a montar um esquema especial para o acompanhamento do protesto, porém nenhum incidente foi registrado.