Criatividade para superar falta de recursos

20 de Agosto de 2025

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Criatividade para superar falta de recursos

A Secretaria de Esporte, Lazer e Cultura Daise Besteti Duran Vian assumiu a nova pasta, originária da fusão das secretarias de Esporte e Lazer e Cultura, em janeiro com o desafio de gerir  as “primas pobres” da administração. São as pastas com menor volume de recursos, mas onde as carências são históricas. Com a experiência de quem vem da iniciativa privada (25 anos de trabalho no Banespa/Santander) a nova secretária fala em criatividade para superar a falta de recursos. Sobre relação de sobrenome com o vereador Gilberto Vian, ela descarta qualquer relação da sua nomeação com a política. “Ele é primo do meu marido. A prefeita me convidou por já conhecer meu trabalho profissional”, afirmou.  Daise também faz uma avaliação das obras que andamento na área de esporte e lazer e descreve o quadro atual do prédio do Museu na Brasilândia 
que ameaça desabar.
A senhora assumiu uma pasta originária da fusão das secretarias de Esporte e Lazer e Cultura. Como está sendo gerir essa fusão?
Está sendo tr anquilo, pois as duas pastas em diversos pontos se complementam, se integram. Temos muito trabalho sim, mas encontrei uma excelente equipe que tem facilitado bastante para que as ações continuem fluindo da melhor maneira possível. A prefeita Ana Bim me apoia sempre e assim como eu acredita na importância das parcerias. Então, as minhas expectativas são as melhores desde o início.
Como está dividindo as atenções para as áreas de Esporte e Lazer e Cultura?
Até o momento, como ainda estamos em duas sedes, na parte da manhã fico com Esporte e Lazer, e a tarde, na Cultura, porém, a partir da próxima semana, já vamos estar em uma sede única, o que facilitará a fusão e o acompanhamento integral de todas as áreas.
Historicamente Esporte e Cultura são áreas consideradas “primas pobres” da administração, com o menor orçamento, mas com muitas demandas. Agora, unificadas, significa mais dificuldades ou oportunidades?
É claro que gostaríamos de contar com mais apoio em recursos por parte dos governos estadual e federal, porém, sabemos que no momento as dificuldades atingiram o país como um todo. Mas, sou muito otimista e como também sou educadora acredito que podemos criar muitas oportunidades. Como disse, temos uma boa equipe, muita força de vontade, amor pelo nosso município, e o apoio da nossa prefeita, sendo assim, as oportunidades vão surgir com mais facilidade e com certeza vamos abraçá-las com empenho e carinho.
No Esporte e Lazer, Fernandópolis enfrenta carências históricas e têm várias obras em andamento ou paradas, casos dos campos de futebol, Praça do PEC, área de lazer do antigo zoológico, pista de skate e as academias a céu aberto. O que é prioridade?
Primeiro, acho importante ressaltar que praticamente todas essas obras tiveram início na atual administração. O Horto, por exemplo, ficou fechado e abandonado por muitos anos e agora está em fase de acabamento, e em breve se tornará novamente uma opção de lazer para a nossa população. Em frente a ele, já temos uma Academia ao Ar Livre em funcionamento, o que também torna o lugar atrativo aos munícipes. Ainda a respeito de academias, no último dia 17, iniciamos a instalação da última das 14 que estavam programadas. Esses equipamentos foram instalados de forma a atender a maior quantidade de bairros possível, mesmo assim, a prefeita está empenhada em conseguir, assim que possível, novas unidades para outras regiões. A pista de skate era uma reivindicação dos jovens e agora vai se tornar uma realidade. No caso da Praça do PEC (CEU), obra também iniciada na atual administração, alguns entraves acontecem devido aos atrasos nos repasses do convênio, porém,  já está bem avançada e quando concluída será de grande importância para o esporte, lazer e cultura naquela região. É o caso também dos campos de futebol, que tiveram as obras paralisadas devido ao atraso nos repasses, entretanto, os valores já foram depositados e estamos aguardando apenas algumas questões burocráticas para que os trabalhos sejam retomados. Tudo é prioridade, pois cada obra tem sua importância.
Na Cultura, temos o problema do Museu, com o prédio sob risco de desabar. O que está sendo feito?
No ano passado, iniciamos obras de reforço de fundação no Museu e os trabalhos estão sendo finalizados. Esse reforço é primordial para que a estrutura do prédio tenha condições de receber um novo telhado e posteriormente a restauração adequada. Essas obras foram feitas com mão de obra e recursos da própria administração. Para a etapa de restauração, já solicitamos recursos através de um convênio com o Ministério da Cultura para a contratação de um especialista e estamos no aguardo.
A senhora assume um cargo político e a simples relação de sobrenome com o vereador Gilberto Vian traz a conotação de nomeação política. Isso incomoda a senhora? A senhora tem de fato algum parentesco com o vereador?
Fui convidada pela prefeita Ana Bim para assumir essa pasta devido ao fato de já conhecê-la profissionalmente, visto que anteriormente estive na direção da escola Melvin Jones e ela tinha conhecimento de todo meu histórico profissional. Não tenho parentesco algum com o vereador, carrego o sobrenome Vian por conta do meu marido e ele sim é primo dele. Respeito muito o nobre vereador, porém, minha contratação não tem qualquer relação com o mesmo. 
Que experiência a senhora traz da iniciativa privada para a gestão de duas áreas com muitas carências e poucos recursos?
Aprendi muito na iniciativa privada como a superar desafios, cumprir metas e principalmente, lidar com gestão de pessoas. Mas, a Educação também me trouxe grande bagagem. Acho que a flexibilidade ao lidar com as pessoas, trabalhar em grupo, pensar no coletivo, ter didática, e muita criatividade (risos), sem falar das questões do Esporte, que sempre estiveram presentes em minha vida e vão contribuir muito para meu desempenho a frente da pasta. O Esporte também nos ensina muito, em qualquer modalidade. Você lida com disciplina, regras, superação, determinação e tantas outras lições que servem não apenas para o trabalho, mas para a vida de todos nós.
Aos poucos Fernandópolis foi perdendo eventos tradicionais como o Carnaval e a Virada de Ano, na área de Cultura, da Copa Itamar Teles e Maratona do Lions na área do Esporte, dentre outros. Pensa em trazer algum deles de volta ou apresentar algum novo projeto para substituí-los?
Acredito que as prefeituras estão cada vez mais se reprogramando quanto a eventos de maior porte como Carnaval e Virada do ano, até porque, está cada vez mais difícil conseguir verbas junto aos governos estadual e federal para a realização destes eventos, tornando inviável para a administração utilizar recursos próprios, que já não são muitos. Além disso, são festas hoje realizadas na maioria por empresários do ramo, e isso também é positivo porque movimenta a economia da cidade. Quanto a Copa Itamar Teles existem várias questões que impossibilitam no momento como o alto custo de realização (alojamento, arbitragem, alimentação, transporte e outros) e espaço físico, mas, se alguma empresa ou empresário se interessar em propor uma parceria estamos abertos para o diálogo. Sobre a Maratona do Lions, estamos abertos da mesma forma para discutir o assunto. Vale lembrar que existem outros eventos tradicionais que não deixaram de ser realizados como a Copa do Trabalhador, Maratona 22 de Maio, Festivais de Malha e Bocha, e também iniciamos outros como o passeio Ciclístico 22 de Maio.
Em sua opinião, o que levou estes eventos ao esquecimento?
Com o passar dos anos a cultura popular vai se modificando, assim como os interesses de lazer da população. Percebe-se que atualmente a maioria, principalmente em nossa cidade e região aproveita o Carnaval e as festas de fim de ano para descansar, realizar atividades em família, passeios em ranchos ou chácaras com os amigos, retiros espirituais, e cada vez menos há interesse em festa de rua. Prova disso, é que no primeiro ano da atual administração foi realizada uma enquete no site da prefeitura para saber se a população gostaria ou não da realização do Carnaval com recursos públicos, e o resultado foi desfavorável. Os que gostam de curtir o Carnaval procuram grandes eventos como os realizados na Bahia e Rio de Janeiro. Antigamente, os tradicionais clubes da nossa cidade realizavam lindos carnavais e até eles já não fazem mais, o que pra mim quer dizer que este público também já não tem interesse. Quanto aos eventos esportivos citados, acredito que não houve esquecimento, e sim, dificuldades em realizá-los mediante ao momento financeiro que o município atravessa.