99,3%...
das ruas de Fernandópolis são pavimentadas. O dado por si só, divulgado pelo IBGE na Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílio como parte do Censo 2022, seria motivo de foguetório. Um feito digno de cidade de primeiro mundo. Mas, a realidade levou muitos leitores ao site do CIDADÃOnet, em meio ao feriadão, inconformados com o dado do IBGE, manifestar contrariedade.
100%...
é de buracos; pavimentadas, mais cheia de buracos; pavimentada igual a lua, foram alguns dos comentários dos leitores do site. Todos cobertos de razão. O próprio prefeito João Paulo Cantarella, que acabou de completar 100 dias de governo, admitiu que no ritmo que anda a operação tapa-buracos, levará pelo menos um ano e meio para concluir o serviço, o que mostra o tamanho do buraco.
COMO...
todo prefeito que já sentou na cadeira preta do Paço Municipal, Cantarella também sabe que a solução é recapeamento. Mas, isso custa hoje R$ 70 milhões. Logo, não há outra alternativa senão o paliativo tapa-buracos, a chamada operação “enxuga gelo”. O prefeito até estuda pegar carona numa licitação de Rio Preto para trazer empresa para acelerar o serviço.
EXIGÊNCIA...
de infraestrutura nos projetos de loteamentos surgiu na segunda metade da década de 80, com a lei 1082/86, que ficou conhecida como “lei de zoneamento”. Antes, o loteador abria as ruas, vendia os lotes, ficava com o lucro e repassava os custos da infraestrutura (água, esgoto, iluminação e asfalto) para a prefeitura. Até recentemente, a prefeitura ainda estava às voltas para completar a infraestrutura de bairros dessa era, como Ipanema, Uirapuru, Redentor, Alto das Paineiras...
A LEI...
contudo, não foi a solução de todos os problemas. Sem uma fiscalização adequada, a prefeitura foi leniente e recebeu empreendimentos com o chamado asfalto “casca de ovo”. Ela mesma, prefeitura, contribuiu para aumentar o problema, espalhando esse asfalto por bairros da cidade. Levou anos para se impor limites à farra. A conta chegou e é do tamanho buraqueira que atazana a vida dos pagadores de impostos.
ASSIM...
quando o IBGE aponta que a cidade tem 99% de vias asfaltadas isso é fato. O dado, porém, não faz referência à qualidade do pavimento que o fernandopolense conhece de cátedra, já que a buraqueira virou uma doença metastática. Qual prefeito não gostaria de entrar para a história como aquele que tirou a cidade literalmente do buraco? Esse desejo tem um custo: R$ 70 milhões.
PARAFRASEANDO...
o poema de Carlos Drumond de Andrade (No meio do caminho tinha uma pedra), a mesma pesquisa do IBGE, revela que o fernandopolense que anda a pé também não tem vida fácil. Segundo dados, 82% das calçadas da cidade apresentam algum tipo de obstáculo (buracos, desníveis, degraus e vegetação, entre outros) que atrapalha a vida de quem anda a pé. Apenas 15% das calçadas são acessíveis.
RAMPA...
de acessibilidade é outra raridade na cidade. Apenas 8% das calçadas possuem rampas, a maioria no centro da cidade e muitas fora dos padrões técnicos. Inclui-se no pacote o piso tátil de orientação a portadores de deficiência visual. Para uma cidade, cuja população está envelhecendo, não são poucos os problemas a serem enfrentados para Fernandópolis ser uma boa cidade para se viver e envelhecer...