Dois alunos do EELAS - Escola Estadual Líbero de Almeida Silvares - irão representar Fernandópolis na MOBFOG - Mostra Brasileira de Foguetes – no Rio de Janeiro. Os jovens Guilherme Bomfim Segato e Ruan Florêncio dos Santos se classificaram após o foguete que criaram percorrer 124,8 metros, utilizando como combustível apenas vinagre e fermento em pó.
Os jovens foram orientados pela professora de matemática Maria Aparecida Laurindo Polizeli, que ofereceu a eles, os únicos representantes de escolas públicas da região, a base teórica para o sucesso no projeto.
“Na verdade eu não interferi muito no trabalho. Costumo dizer que na verdade, sou a orientadora que mais desorienta (risos), pois sempre digo a eles para irem atrás, para pesquisarem mais e tentarem por em prática. Aí dou algumas sugestões para tentar ajudar a aprimorar o projeto”, explicou a orientadora dos jovens.
Com essa base, Guilherme e Ruan colocaram em prática os conceitos aprendidos nas aulas e criaram um foguete feito de garrafas PET e outros materiais, como canos de PVC.
A propulsão do foguete é gerada pela pressão obtida do gás carbônico, resultado da reação entre vinagre e fermento em pó. Obedecendo a 3ª Lei de Newton, da Ação e Reação, a força do gás e do líquido saindo do foguete gera uma força de sentido oposto e de mesma intensidade, o que é responsável pela decolagem do foguete.
“Fizemos vários testes, diversos lançamentos com falhas e acertos e a cada falha, buscávamos corrigir o que estava errado para que tudo desse certo no próximo lançamento e assim foi até que conseguimos efetuar o melhor lançamento que foi de 124,8 metros”, explicou Guilherme Segato, que concluiu em 2015 o 2º ano do ensino médio.
Depois que o foguete é construído e passa pela fase de testes, o regulamento da competição determina que ele seja lançado inclinado e seu alcance horizontal é, então, medido e registrado em filmagens para a fase classificatória.
“Vamos competir com alunos de todo o Brasil e levaremos o nome de Fernandópolis para esta competição. Isso nos motiva muito e é por isso que nos empenhamos tanto”, completou Ruan Florêncio, que concluiu o ensino médio e agora pretende ingressar na faculdade de engenharia.
Enquanto a maioria dos jovens da idade deles está pensando em competições de futebol e videogame, os dois competem em uma mostra de foguetes o que acabou lhes rendendo a pecha de “nerds”, o que segundo eles, não os incomoda tanto.
“Às vezes eles (colegas) ficam meio curiosos, falam para gente largar mão disso e ir se divertir, mas isso não importa não. Queremos é ir lá competir e trazer as medalhas para a escola”, concluiu Guilherme.
Este é o quarto ano que a EELAS participa da OBA – Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – e da mostra de foguetes.
Para as despesas com o transporte e estadia no Rio de Janeiro, os alunos receberam a subvenção da Prefeitura que pediu e obteve autorização para tal na Câmara Municipal.
“Gostaríamos de agradecer a Prefeitura e a Câmara que entenderam a importância desse projeto educacional e irão dar toda a sustentação para os alunos levarem o nome da cidade a uma competição nacional”, agradeceu o diretor da Escola Carlos Cabral.
Além de Guilherme e Ruan, o trabalho também foi elaborado por Welen Cristina de Sousa, mas ela optou por não ir ao Rio para a competição.
Os jovens embarcam na segunda-feira, 1, e ficam no Rio de Janeiro até o dia 4.
