De acordo com a secretaria estadual de Educação, a medida vai reorganizar a distribuição dos alunos em unidades que atenderão cada um dos três ciclos de ensino. Ou seja, algumas escolas atenderão apenas alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, outras, alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e por fim, os três anos do ensino médio.
Na prática, não haverá mais crianças e adolescentes dividindo o mesmo espaço e cada ciclo terá uma escola exclusiva. Um dos objetivos, segundo o estado, é melhorar o uso dos prédios escolares. A secretaria afirma ainda que escolas com ciclo único têm alunos com rendimento 10% superior às unidades com três ciclos de ensino.
“São Paulo passa de 6 milhões para 4 milhões de estudantes em menos de 20 anos. Isso ocasionou carteiras, cadeiras e, principalmente, salas vazias em muitas escolas. É a oportunidade para que a rede de ensino dê um salto de qualidade e possa oferecer às crianças, pré-adolescentes e adolescentes uma escola focada em uma segmentação de ensino”, afirmou o secretário de Educação .
TRANSTORNO
No entanto, toda grande mudança provoca grandes transtornos. Alunos do ensino médio das periferias de Fernandópolis terão que se deslocar até a escola estadual Líbero de Almeida Silvares, a EELAS, isso, segundo informações extraoficiais.
“Aquele aluno que está cursando do primeiro ao quinto ano vai ficar em uma escola, o irmão mais velho dele, que poderia estar o acompanhando para a escola, vai ficar em outro colégio. E o pior é que o estado ainda não irá assumir o transporte para essa mudança. Quem mora até dois quilômetros de distância do colégio, terá de ir a pé ou ser levado pelos pais”, criticou o diretor da Apeoesp - Sindicato dos Professores e Ensino Oficial do Estado de São Paulo Wilson Frazão.
Ainda de acordo com o sindicalista, a medida vai ocasionar desemprego para a classe dos professores e trazer risco aos alunos.
“Escolas serão fechadas e com isso vários professores perderão o emprego. Além disso, os alunos do noturno, do Barbosa Lima lá no Araguaia, por exemplo, terão que atravessar a rodovia, pela passarela ou não, à noite e ir até o EELAS e voltar ainda mais tarde para casa e atravessar novamente a rodovia”, ponderou Frazão.
De olho nessa situação, é que a Apeoesp está realizando um abaixo assinado nas escolas fernandopolenses, bem como em todo o estado, para pedir ao governador que repense a iniciativa.
No dia 14 de novembro, as escolas vão apresentar as alterações aos pais. Cabem aos diretores regionais de ensino decidir, em até 30 dias, que escolas vão mudar. Só aí a Secretaria da Educação e os pais vão saber exatamente onde os alunos vão estudar no ano que vem.