Especialista fernandopolense fala sobre os efeitos da tecnologia no cérebro

20 de Agosto de 2025

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Especialista fernandopolense fala sobre os efeitos da tecnologia no cérebro

Não é novidade que o uso das tecnologias está causando prejuízos à nossa capacidade de memorizar e nos concentrar. O que um grupo de pesquisadores ingleses descobriu agora é que quando nós usamos o GPS para nos locomover, é como se “desligássemos” algumas áreas do cérebro.  
A pesquisa, publicada na revista científica Nature, mostra que quando os voluntários do teste navegavam pela cidade sem a ajuda do dispositivo eletrônico, mantinham um número muito maior de funções cerebrais. Eram registrados picos de atividades quando eles entravam em novas ruas ou se deparavam com várias opções de trajetos. 
 “Quando fazemos as mesmas coisas com frequência ou, neste caso, usamos sempre o GPS para nos locomover, o cérebro entra no ‘piloto automático’, porque conhecemos a atividade e ativamos circuitos já existentes”, comenta Pollyana Borges gestora pedagógica do Método Supera de Fernandópolis. 
 Ela complementa dizendo que os prejuízos causados ao cérebro pela tecnologia vão muito além do GPS. “Nós vivemos um fenômeno que podemos chamar de ‘efeito Google’, em que temos dificuldades para reter informações na memória, uma vez que elas estão a um clique de distância no celular”, completou.  
Embora a praticidade seja incontestável, na escola, os alunos recorrem cada vez menos à biblioteca para os estudos, no ambiente de trabalho, os profissionais podem se ver perdidos para tomar decisões sem acesso à internet.  
Além disso, segundo Tony Schwartz, especialista em produtividade e autor do livro “The way we’re working isn’t working” (em tradução livre, “O jeito que estamos trabalhando não está funcionando”), a maioria de nós não consegue administrar de maneira eficaz a sobrecarga de informações com as quais somos bombardeados a todo instante.  
Porém, considerando que este é um caminho sem volta, para driblar os efeitos negativos da tecnologia, segundo a especialista, é preciso exercitar o cérebro, ou seja, tirá-lo da zona de conforto com atividades que promovam novidade, variedade e desafio crescente.  
Em Fernandópolis, existe um curso dedicado ao desenvolvimento do cérebro, o Método Supera, que hoje já está presente em 200 unidades espalhadas por todos os estados do país. Para exercitar a mente, são usadas ferramentas como o ábaco (instrumento milenar para cálculos), jogos de tabuleiro, jogos virtuais, dinâmicas em grupo, apostilas com exercícios exclusivos e as neuróbicas (uma espécie de “atividade aeróbica para os neurônios). 
“O cérebro é como um músculo do corpo que precisa de exercícios para ficar mais forte, por meio de desafios com níveis de dificuldades cada vez maiores para que os resultados apareçam gradativamente”, explica Pollyana Borges. 
 As neuróbicas, uma das ferramentas do curso de ginástica cerebral, podem ser praticadas em casa, segundo ela. “Quer exemplos? Escovar os dentes com a mão não dominante, comer de olhos fechados, fazer um trajeto diferente para o trabalho e contar os degraus de uma escada são atividades que estimulam o cérebro e o tiram da zona de conforto”, ensina. 
O resultado desta prática é um cérebro mais ativo e turbinado, com mais concentração, memória, raciocínio, criatividade para todas as idades.  
“Eu tive AVC, não falava nada, não sabia o nome nem dos meus filhos. Li um livro da Jill Bolte Taylor, neurocientista que teve AVC também como o meu e foi muito interessante pra mim, saber a importância do estímulo do cérebro. Soube do Supera, fui conversar com o pessoal, vi tanto desafio diferente, pensei o que é isso? Mas nuns 15 dias eu já senti melhora. Recomendo o Supera inclusive para meus colegas. É que às vezes para um médico, a gente não tem tempo, a gente esquece que tem que ter vida para a vida. Vemos os pacientes, que muitas vezes servem de espelhos para nós mas não fazemos com a gente mesmo”, disse José Martins Filho, que é médico há 35 anos.
Para equilibrar a falta de desafios da rotina padronizada que levamos, a ginástica cerebral é o caminho mais saudável e divertido.