O Caefa mudou minha vida

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

O Caefa mudou minha vida

CIDADÃO iniciou em sua última edição, mais uma de suas séries com a comunidade fernandopolense, desta vez com o intuito de mostrar quão importantes são as entidades assistenciais e de classe na sociedade local. 
Ao todo, Fernandópolis possui 14 entidades registradas, todas com trabalhos voltados ao desenvolvimento social e pessoal de crianças e adolescentes. Inúmeros são os exemplos de pessoas que mudaram suas vidas por meio desse trabalho e alguns deles serão retratados nesse espaço.
A primeira entidade retratada nesse espaço foi o Ceads - Centro Educacional de Apoio, Desenvolvimento Social e Cultura –, mais conhecida como a Guarda Minim Feminina, por meio da história de Ednea, Taiane e Marcia. 
Essa semana será a vez do Caefa - Centro Apoio Educação Formação Adolescente -, a antiga guarda mirim masculina, com a história de Daniel e Ademir. 
Daniel Tridico Arroio tinha 13 anos quando pediu para que seu pai lhe inscrevesse na Guarda Mirim, já que vários de seus amigos também estavam lá. Como tinha curso de datilografia, logo foi chamado para trabalhar na ala administrativa da guarda. 
“Foi a partir da secretaria da Guarda Mirim que eu peguei gosto pelo trabalho em escritório. Depois disso comecei a trabalhar em escritórios de contabilidade e desde então alimentava dentro de mim o desejo de fazer o curso de Direito, só que naquela época não tinha em Fernandópolis então tínhamos que procurar fora. Fui então para Rio Preto, onde graças a experiência que conquistei junto a guarda consegui um emprego de chefe de RH e ao mesmo tempo comecei a fazer a faculdade de Direito”, contou Daniel. 
Já advogado, Daniel retornou para Fernandópolis, começou a advogar e mais tarde foi convidado a assumir a secretaria municipal de Gestão e Planejamento. Nesse interim, realizou um desejo que alimentou ao longo dos anos: colaborar para que mais jovens tenham a mesma chance que ele teve quando entrou na Guarda. 
“Lembro que enquanto guardinha eu ficava olhando os quadros dos ex-presidentes na parede da entidade e ficava pensando o quanto eles se esforçavam para manter aquele trabalho. Foi quando comecei a alimentar o sonho de que quando crescesse eu tentaria fazer alguma coisa para ajudar da mesma forma que eles ajudaram. Então entrei para o Rotary, participei da eleição e assumi a presidência do Caefa. Hoje sou presidente do Rotary e vice-presidente do Caefa e vou continuar lutando junto enquanto forças eu tiver”, completou. 
 Ademir Cambuy também entrou na Guarda mirim com 13 anos. À época, seu intuito era ajudar a mãe financeiramente, já que ela, sozinha, cuidava de sete filhos, uma vez que o pai de Ademir morreu quando eles ainda eram pequenos. 
E deu certo. Logo foi indicado pelo comandante da Guarda para assumir uma vaga que estava disponível em um cartório da cidade e ele agarrou a oportunidade e não a deixou escapar até hoje. Este ano ele completa 33 anos de cartório. 
“Nós tínhamos responsabilidade, pois a Guarda ensinou isso para gente e por conta disso, quando terminou o lastro temporal da Guarda fui registrado e ao longo dos anos todos os oficiais que passaram pelo cartório gostaram do serviço e estou lá até hoje”, disse Ademir. 
Assim como Daniel, Ademir decidiu fazer o curso de Direito e foi além com duas pós-graduações e especialização em Direito Registral, que está diretamente ligada a sua área de atuação junto ao cartório. 
Com tanta dedicação, o antes guardinha chegou a ser substituto do cartório por 14 anos, porém sua carreira crescente, não foi a única coisa que ganhou graças ao Caefa. Enquanto estava no cartório, ele conheceu Ednea, que também era guardinha (inclusive, coincidentemente, foi personagem da série na semana passada) e com ela se casou. 
“Semana passada você entrevistou minha mulher, a Ednea. Assim como eu, ela foi indicada pela Guarda, só que no caso dela a feminina (Ceads) para assumir uma vaga no cartório. Nos apaixonamos, namoramos por 12 anos, depois nos casamos e tivemos dois filhos. Hoje, nós dois continuamos trabalhando no mesmo cartório juntos”, concluiu Ademir.