Queda de cabelos, um problema que afeta milhares de fernandopolenses. Os hábitos da vida moderna se refletem na saúde dos fios e a queda que antes atacava mais os homens, agora chega também às mulheres.
Mas como saber se o seu cabelo está caindo mais que o normal? CIDADÃO ouviu o médico dermatologista Alan Marques para explicar os tratamentos e como prevenir a queda em decorrência de fatores externos.
A queda de cabelos, de acordo com o médico, pode ter várias causas. São fatores genéticos, hormonais, alterações na tireoide, problemas infecciosos, ambientais, tratamentos químicos e estresse. Para saber as causas da queda é preciso estudar o perfil e o histórico do paciente.
“Todas as pessoas perdem cerca de 100 a 150 fios de cabelos por dia, o que acontece mais após o banho, ao pentear os cabelos. Isso é comum, mas se há fios por toda parte, fios que aparecem sobre a mesa de trabalho, em excesso na roupa ou tufos que ficam no travesseiro quando a pessoa levanta é sinal de que algo está errado. Rastros de cabelo por onde se passa, não é normal”, disse o médico.
Para comprovar que está havendo uma queda anormal de cabelo, alguns testes podem ser feitos. “Aqui nós fazemos um exame que se chama ‘prova da atração’, onde se pega uma mecha de cabelo e puxa, se sair mais do que cinco fios quer dizer que tem algo errado. Porém, esse exame não é suficiente para um diagnóstico preciso, pois ela pode ter acabado de fazer uma escova ou algo do tipo, então fazemos o exame laboratorial, para verificar se há alguma alteração”, completou.
Ainda de acordo com o médico dermatologista, há dois tipos de queda de cabelos: “A alopecia cicatricial, que é aquela que só está ocorrendo por conta de alguma alteração de saúde, que leva o cabelo à queda como um sinal de que está acontecendo alguma coisa com seu corpo e a alopecia androgenética que é uma herança que recebemos desde o nascimento e que teremos ao longo da vida com a morte celular programada, ou seja aquele cabelo não vai voltar mais”, destacou.
Nos dois casos, Alan Marques indica que os pacientes procurem ajuda profissional o mais rápido possível.
“No caso da alopecia cicatricial corrige-se o problema que está causando a queda e o cabelo volta ao normal. Já na androgenética, o folículo morre e a busca por tratamento deve ser rápida para a manutenção dos cabelos que ainda temos. Hoje já existe um tratamento europeu, que fazemos aqui na clínica mesmo, que é feito através de infiltrações e produtos que são injetados no couro cabeludo e depois expostos ao laiser, que aumenta a absorção melhorando muito a área calva tanto espessura do fio, quanto a quantidade de cabelos”, explicou.
QUÍMICAS DE SALÃO
O dermatologista ainda explicou que as químicas utilizadas em salões de beleza em sua maioria não provocam queda. “Geralmente essas químicas não causam muita alteração em relação a queda, pois ela não altera o folículo capilar, a não ser que ocorra alguma reação alérgica que provoque uma reação do organismo e provoque um processo inflamatório. Porém, o que acontece mais em relação a essas químicas é que elas desidratam o cabelo e ele fica mais quebradiço então ele quebra, mas nasce novamente”, disse.
PREVENÇÃO E ALIMENTAÇÃO
A ingestão de proteínas contribui para o fio de cabelo mais forte. Um comportamento muito comum, principalmente nas mulheres, é a diminuição do consumo de proteínas em substituição pelas folhas e fibras, principalmente após os 40 anos. Essa substituição, que tem a ver com a preocupação com o peso e a saúde, pode gerar uma carência proteica, que acarreta em fios de cabelos mais fracos.
“A causa mais comum em mulheres é a queda da ferritina por conta do fluxo menstrual e das dietas. Quando a ferreitina cai, ela leva a queda de cabelo como um sinal de alerta de que a pessoa está prestes a entrar em uma anemia ferropriva. Então a dica é manter uma alimentação rica em ferro, brócolis, fígado, folhas verde-escuras, carne vermelha, tudo isso previne a queda de cabelo nas mulheres”, concluiu o médico.