A presença de aparelhos eletrônicos como tablets e celulares na vida das crianças é impossível de ser ignorada, e já se tornou constante. A psicopedagoga Graziela Mazeti, explica que estes aparelhos conectados à internet podem ser verdadeiros vilões ou grandes aliados da educação dos pequenos. “Tudo depende de como os pais se posicionam e das regras colocadas na casa”, conta a especialista, que elenca algumas dicas importantes para os pais.
1- Aceitar a internet como parte da nossa vida
Se os pais souberem colocar limites de horário e formas de uso, a internet não atrapalhará o desenvolvimento da criança, poderá até trazer benefícios, pois hoje em dia, utilizar a tecnologia é importante. O que não pode é “perder a vida” fechado no mundo tecnológico. A criança, o jovem e até mesmo os adultos que não utilizaram a internet, muitas vezes são considerados desatualizados pela sociedade atual, até porque, ela acaba sendo necessária como forma de pesquisa para trabalhos escolares. Mas, os pais devem orientar a criança desde pequenininha quanto ao uso, sites confiáveis, sabendo o que seu filho pesquisa ou vê na internet.
2- Limitar o tempo das crianças na internet
Se você perceber, muitos casais já colocam vídeos musicais no celular ou tablet para o bebê se distrair ou parar de chorar. Então o uso da internet acaba vindo e começando pelos próprios pais. O importante, que nós psicopedagogos temos ouvido muito de médicos especialistas em neurologia, é que os pais saibam dosar a quantidade de horas que seu filho fica na internet e que uma a duas horas antes de dormir não deixe a criança assistir TV, usar celular ou tablet, porque a quantidade de estímulos visuais que recebe é enorme e isso pode atrapalhar um bom sono trazendo consequências de um dia seguinte ruim, falta de concentração, dentre outros. Ainda pesquisadores na área não colocam uma idade certa, mas que sigam essas orientações quanto ao uso, para, no futuro, não atrapalhar a saúde física e mental.
3- Combinar as regras de forma clara
Parece fácil quando dizemos “coloquem regras para seus filhos não ficarem muito tempo na internet”, mas sei o quanto é difícil porque também tenho filhos. Importante é que as crianças priorizem as tarefas escolares, atividades físicas e dentro de casa “tirem um tempo” para ficarem com seus pais, almoçando e jantando juntos à mesa (sem celular ou tablet), assistindo TV juntos na sala e conversando para saber como foi o dia, as vezes, jogarem baralho, jogos de tabuleiro para interagir com seu filho, final de semana saírem juntos, caminhar, ir à uma sorveteria, ou seja, tirar seu filho do quarto. A Psicopedagoga CassianaTardivo, em um de seus textos fala exatamente isso: “tire seus filhos do quarto... para que essas crianças aprendam a viver em família, escute as vozes deles, as falas, as risadas, os pensamentos...” Se você, pai, mãe, conseguir fazer isso, de vez em quando, não precisarão de regras duras, drásticas e castigos, isso acontecerá naturalmente.
4- Dar preferência a sites educativos e valorizar pesquisas
É importante que os pais saibam que o site que seus filhos estão entrando é confiável e seja saudável para a criança. O que eles querem que seus filhos saibam, assistam, vejam, etc. Sites com conteúdos interessantes que contribuam para a formação da criança e que estejam dentro dos princípios familiares.
5- Dar o exemplo
Se os pais ficam muito na internet, nas redes sociais e querem por regras nos seus filhos, eles devem se “policiar” quanto à isto. Evitando ficar na internet na frente do seu filho, ou ficar pouco. Nossos filhos podem ser nossos reflexos, portanto fique de olho, não adianta falar e não fazer, porque aí seu filho não vai fazer também.
Não é para os pais deixarem de utilizar as redes sociais, de maneira nenhuma, a internet é importante, legal, interessante, útil, mas é preciso estar em sintonia com seus filhos. Cheguem num acordo familiar, assim ninguém perde a liberdade, ou seja, pelo contrário, convivendo mais com nossos filhos, orientando-os de perto, sabendo seus desejos, conversando, brincando, essa será a verdadeira liberdade.