Enquanto a Saúde respira aliviada com o resultado negativo para febre amarela nos quatro macacos que foram encontrados mortos na cidade, uma outra preocupação sobe de patamar a cada chuva: Fernandópolis corre o risco de registrar a terceira epidemia seguida de dengue. Nos dois últimos anos foram confirmados cerca de 2 mil casos da doença.
Só neste mês de janeiro já foram realizados dois arrastões para eliminação de criadouros do mosquito aedes aegypti, que transmite, além da dengue, o zika vírus e a chikungunya e, tem potencial para também transmitir a febre amarela. No último final de semana, o arrastão percorreu 19 bairros da cidade. Nos meses de fevereiro e março, mais quatro arrastões estão programados.
Fernandópolis vem de uma sequência de epidemias de dengue. Em 2013, registrou quase dois mil casos. No ano seguinte, a dengue ficou sob controle, mas nos últimos dois anos, 2015 e 2016, voltou a ser considerada uma epidemia. Em 2015 foram confirmados 1.154 casos. No ano passado, os casos positivos de dengue chegaram a 795. Em recente entrevista à Rádio Difusora, o médico infectologista do Cadip, Márcio Gaggini, alertou para uma terceira onda epidêmica que poderia ser de maior gravidade. Se não houver esforço, que inclui a participação da população, o risco disso ocorrer este ano é iminente.
Só a dengue já é motivo de preocupação, mas além dela, Fernandópolis já tem casos positivos de zika e chikungunya, registrados no ano passado. Foram 17 casos positivos de zika e 1 de chikungunya.
Com relação à zika, das 17 pessoas doentes em 2016, quatro eram gestantes e a confirmação deu-se por exame laboratorial do Instituto Adolfo Lutz, 12 foram diagnosticadas por análise clínica-epidemiológica e uma por laboratório particular. A chikungunya teve o primeiro caso confirmado na cidade no dia 4 de outubro do ano passado.
Até quinta-feira, 26, nenhum caso positivo das três doenças havia sido confirmado.
Foram notificadas 13 suspeitas de dengue, com sete descartados e seis ainda aguardando resultados de exames; de zika houve uma notificação que foi descartada por análise laboratorial e de chikungunya, nenhuma suspeita.
FEBRE AMARELA
A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Fernandópolis confirmou na quarta-feira, 25, que o resultado dos exames feitos em quatro macacos encontrados mortos no município foram negativos. Os exames foram realizados pelo Instituto Adolfo Lutz.
Com a negativação dos recentes exames, Fernandópolis tem a confirmação de apenas um caso de febre amarela em macaco. O animal foi encontrado morto na área urbana da cidade no dia 8 de dezembro do ano passado, entre o Asilo São Vicente de Paulo e o salão Recanto do Tamburi.
Mesmo com os resultados negativos desses animais, os profissionais da Vigilância Epidemiológica orientam todos os moradores para que, caso encontrem algum macaco morto, comuniquem imediatamente o Centro de Zoonose pelo telefone 3462-3341, para que o animal possa ser recolhido e exames possam ser feitos.
Como para febre amarela existe a vacina, os fernandopolenses procuraram em massa as Unidades de Saúde.
A campanha de vacinação, em vigor nas 19 Unidades Básicas de Saúde da Família dos bairros, já imunizou cerca de 7,5 mil pessoas em menos de um mês. Todas as unidades de Fernandópolis vêm registrando grande procura de moradores para atualizarem a carteira de vacinação.
Além das ações intensas de atendimento nas unidades de saúde, profissionais da área também desenvolvem a vacinação nas ruas, destinada, em especial, aos trabalhadores das construções situadas nas proximidades de onde o macaco infectado foi encontrado.