Outra mulher. É essa a impressão que se tem ao comparar as fotos de antes e depois da cabeleireira Taise Cavalini, de 29 anos. Ela perdeu 98 quilos e ganhou uma nova vida nos últimos três anos.
Taise não é muito diferente dos milhares de Fernandopolenses que convivem com a obesidade. Sofreu preconceitos, teve problemas de saúde e acabou entrando nos antidepressivos.
“Desde que nasci eu era obesa, então sempre tive essa imagem de mim. Por isso, nunca me importei tanto até que começou afetar a minha saúde também. Não tinha disposição nem para fazer o básico do básico. Tipo eu já não conseguia levantar da cama e limpar minha casa, pois doíam as pernas, doíam as costas, a pressão subia, enfim, estava afetando diretamente o meu dia a dia. Foi então que percebi que não dava mais para conviver com toda aquela gordura”, contou.
Aos 26 anos e pesando 165 quilos, ela decidiu fazer a cirurgia de redução de estômago e iniciou um acompanhamento com médico, psicólogo, nutricionista e principalmente com ela mesmo, afinal, sem força de vontade, de nada adiantaria todo esse aparato clínico.
“Hoje minha autoestima é muito maior, me sinto muito mais segura de mim. Antes me sentia mal com tudo, não tinha vontade de sair, a convivência com outras pessoas era complicada, pois vivia sempre mal-humorada. Agora sou outra pessoa. No meu trabalho, por exemplo, antes eu fazia uma progressiva, uma tintura e não aguentava mais. Hoje eu faço de cinco a seis progressivas por dia de boa e limpar minha casa nunca foi tão fácil”, completou.
Optar pela cirurgia, no entanto, não foi uma decisão fácil. Antes de ir para mesa de operações, Taise teve de ouvir diversas pessoas falando dos riscos, e das histórias de pessoas que morreram durante procedimentos como o dela.
“O mais difícil é ouvir as pessoas dizerem ‘Fulana morreu’, ‘Ciclana fez e não virou nada’, ‘porque não faz uma dieta ao invés disso?’ e outras coisas do tipo. Então decidi conversar com o médico e ele me animou muito, disse que tinha sim riscos, assim como qualquer outra cirurgia e explicou que a cirurgia por si só não resolveria o meu problema, caso não tivesse força de vontade”, disse ela.
Com o respaldo médico, ela então encarou a operação e perdeu cerca de 45% de seu peso. Com dieta e força de vontade continuou emagrecendo e hoje, três anos depois do divisor de águas de sua vida, ela chegou a 67 quilos, menos de um terço do que pesava.
Taise é casada há 11 anos. Quando conheceu seu marido ela já era gordinha, porém, seu relacionamento também ganhou com sua perda de peso.
“Meu marido nunca me cobrou nada, na verdade ele nunca nem me perguntou quanto eu pesava. Mas quando comecei a emagrecer nossa vida conjugal melhorou e muito. Primeiro porque ganhamos mais prazer em sair, a convivência, tudo melhorou. Tenho que o agradecer, pois hoje em dia vejo que não foi fácil ele me aguentar por tanto tempo com todo aquele complexo que eu tinha, todo aquele mal humor e ele sempre teve muita paciência comigo e tem até hoje, então só tenho que agradecê-lo por ele ter continuado comigo tanto gorda, quanto agora mais magra”, concluiu.
Para os que têm medo de fazer uma cirurgia do tipo, Taise deixa um recado: “Não tenham medo, procurem um médico especialista no assunto e não fiquem ouvindo as opiniões pessimistas de quem está ao seu lado. Minha vida é outra, minha saúde é outra”, concluiu.