Respeitável público, o mundo anda assustado com o aparecimento de palhaços aterrorizantes, causando histeria que começou pelos Estados Unidos e já se espalhou por outros países, inclusive o Brasil. A coisa tomou tal proporção nas redes sociais que chegou a mobilizar as autoridades para alertar sobre o perigo da brincadeira. Nos Estados Unidos, adolescentes passaram madrugada na caça do palhaço, lembrando a onda gerada quando surgiu a novidade do Pokémon Go. E teve gente, na brincadeira, que acabou agredida. É um espetáculo prá lá de bizarro.
Em Fernandópolis, o ator e palhaço Rafael Guerra de Aquino desenvolve trabalho social com a ONG Palhaços de Plantão com visitas a hospitais e é responsável por colocar a cidade no centro das atenções com a realização do Encontro Internacional de Palhaços em janeiro, que vai para a quarta edição em 2017. Por aqui, palhaço é sinônimo de alegria.
A pedido do CIDADÃO, Rafael comentou a onda dos palhaços aterrorizantes. Segundo ele, “o palhaço é um arquétipo que sem dúvida transita por inúmeros lugares do imaginário popular. A minha opinião é que as pessoas sabem a diferença de um trabalho sério, como o nosso, e aparições de todo o gênero. Creio que, antropológica e historicamente, os palhaços têm uma presença marcante na sociedade por algum motivo, pra questionar um estado, um sentido ou ação, por isso são tidos como figuras de cura, mas também de mistério e podem despertar emoções diferentes”.
Para o ator e palhaço fernandopolense, essas aparições não são por acaso, nem mesmo a cobertura dada pela mídia que ajudou a impulsionar a onda. “Não é o primeiro nem o único caso que acaba virando lenda urbana”.
Enquanto “esses palhaços” espalham terror, os que estão no grupo Palhaços de Plantão, preferem distribuir alegria para ajudar na recuperação de crianças internadas em hospitais da região.
Palhaços de Plantão, Arte, Educação e Saúde é uma organização não governamental (ONG), que acredita no poder do riso e na verdade do palhaço como fonte de promoção de saúde. Desde 2000 os Palhaços de Plantão desenvolvem projetos no interior paulista, tanto em hospitais como nas áreas de treinamento, educação e pesquisa. O grupo é denominado “Palhaços de Plantão”, e acredita na prontidão e eficiência de um trabalho que se mantém dentro e fora do hospital proporcionando, além do riso, uma reflexão, nas atividades formativas e apresentações diversas. “Continuamos, firmes e fortes com o projeto”, enfatiza.
No início do mês, o grupo “Palhaços de Plantão” realizou a segunda edição de sua “Mostra Besteirológica”. De acordo com o coordenador do grupo, Rafael Guerra de Aquino, o objetivo foi apresentar os trabalhos que são desenvolvidos pelos Palhaços de Plantão além das já tradicionais visitas a hospitais da região. Durante o evento foi realizada a oficina “A Ilustre Arte do Palhaço”.
Outro projeto do grupo é “O Picadeiro Livre” que circula pela cidade. Entre os espaços já visitados estão o Horto Florestal e escolas de educação infantil da cidade. Picadeiro Livre reúne uma série de números clássicos buscando resgatar e valorizar a cultura circense. Números de palhaços, malabaristas e mágica são encenados com a participação do público que junto com os artistas cria uma atmosfera de riso e compartilhamento, fluindo arte e afetos.
ENCONTRO INTERNACIONAL
Quem acompanha Rafael Guerra de Aquino pelas redes sociais já sabe que o EuRiso, o Encontro Internacional de Palhaços de Fernandópolis vai acontecer de 17 a 22 de janeiro. “Caminhamos para a quarta edição em janeiro de 2017. No último domingo dia 16, encerrou o prazo para os grupos e artistas se inscreverem, recebemos inúmeras propostas e acreditamos que teremos mais um sucesso de público e crítica. Muita gente nos questiona na rua, com a expectativa de que o encontro aconteça logo e encha mais uma vez a cidade de alegria”, comenta Rafael.