Combate à leishmaniose leva CCZ aos bairros

20 de Agosto de 2025

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Combate à leishmaniose leva CCZ aos bairros

A Leishmaniose Visceral não dá tréguas em Fernandópolis. Nos últimos 18 meses, 65 animais contaminados pela doença foram eutanasiados. A campanha de combate a Leishmaniose Visceral começa na segunda-feira, 8,  em Fernandópolis e se estenderá até o dia 12 em cinco bairros da cidade. A campanha, organizado pelo CCZ – Centro de Controle de Zoonoses, pretende coletar sangue dos animais para o exame para detecção da doença. 
Segundo o veterinário Gilberto Araújo, da CCZ, postos de coleta de sangue serão montados nos bairros. “O exame é feito em animais a partir de 4 meses de idade  com a coleta do sangue da pata dianteira do animal. No centro de Zoonozes é feito o teste rápido. Se der positivo para Leishmaniose, o sangue é enviado para o Instituto Adolfo Lutz para o exame confirmatório (Elisa) e, se positivado, o animal é recolhido para a eutanásia”, explicou.
A campanha começa na segunda-feira, dia 8, na Unidade de Saúde Dr. Antônio Milton Zambon (Caic do Bernardo Pessuto). A coleta de sangue será das 8 às 14 horas. Na terça-feira, 9, na Avenida Vicente Cisto, 410 – Jardim São Francisco; na quarta, no Centro Comunitário do Paulistano; quinta, Avenida dos Eucaliptos, em frente a uma lanchonete no Jardim Araguaia; e na sexta, Praça Central Brasitânia.
Este ano, de janeiro a junho, foram realizados 529 testes rápidos, dos quais 495 deram resultado negativo para a doença e 34 positivos que foram para o exame confirmatório no IAL, onde 13 acabaram positivando. Este ano 14 animais acabaram sendo eutanasiados, já que um positivo do ano passado, o dono entregou o animal ao CCZ. 
No ano passado, foram realizados 5.036 testes rápidos; 4.770  deram resultado negativo para a doença. Dos 266 testes que deram positivo para a doença, apenas 72 foram confirmados no exame do Adolfo Lutz. 51 animais foram sacrificados. 
Segundo Araújo, “muitas pessoas resistem entregar o animal doente para a eutanásia. Se houvesse um tratamento comprovado, a gente seria o primeiro a ter interesse no tratamento. Fazemos um juramento para salvar a vida de animais, mas o Ministério da Saúde  preconiza a eutanásia”, afirmou. Como a doença não tem cura, muitos dos animais doentes e não sacrificados já foram a óbito. 
O veterinário da CCZ lembrou ainda que desde que a campanha contra a leishmaniose foi iniciada em Fernandópolis a conscientização da população já melhorou muito. Ele lembra que a prevenção é o melhor caminho e começa em manter o quintal limpo onde prolifera o mosquito palha, transmissor da doença. 
Em humanos, a doença também pode ser fatal. Fernandópolis teve um caso suspeito da doença que evoluiu para a cura, mas em Votuporanga foram registadas 15 mortes.
A Leishmaniose é uma doença infecciosa, causada por um parasito denominado “leishmania chagasi” e transmitida pelo mosquito palha. A fêmea do mosquito se infecta ao picar um cão contaminado com o parasito, e passa a transmiti-lo a outros cães e humanos.
Nos cães os sintomas são: emagrecimento, vômitos, fraqueza, queda de pêlos, crescimento das unhas, feridas no focinho, orelhas e patas.
Em humanos os sintomas são: febre prolongada, emagrecimento, crescimento do baço, fraqueza e em casos graves pode aparecer sangramentos.
O mosquito-palha, transmissor da doença, vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico, principalmente restos de alimentos ou locais com criação de galinhas e aves. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer.  
A população de cães em Fernandópolis é estimada em 18 mil animais. Para outubro está prevista a campanha de vacinação contra a raiva que prevê vacinar mais de 12 mil animais.