Família realiza arraial em agradecimento a cura da pequena Mariana de um câncer

20 de Agosto de 2025

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Família realiza arraial em agradecimento a cura da pequena Mariana de um câncer

Fé, amor e bravura. É por meio destes sentimentos que uma família fernandopolense realizará, pelo segundo ano consecutivo, um evento que ficou conhecido como “Arraiá da Mariana”, em uma residência no Jardim Barbosa.

Quem passou pela rua na edição do ano passado e não conhece a família, provavelmente pensou que se tratava apenas de mais uma festa julina, onde amigos e familiares se reúnem para saborear comidas típicas, tomar quentão e dançar quadrilha. 

No entanto, nesse caso específico, a família tem muito mais a comemorar do que as datas tradicionalmente celebradas nesse período em louvor a São João, São Pedro e Santo Antônio. 

Na verdade, eles comemoram e agradecem um milagre. E para quem não acredita, as próximas linhas poderão fazer-lhe mudar de ideia.

Tudo começou quando Mariana – que dá nome à festa – tinha apenas seis meses. Sua mãe, Patrícia Fernandes Nascimento, estava incomodada, pois a pequena estava ficando resfriada com muita frequência.

Certo dia, depois de mais um resfriado, Mariana teve muita falta de ar e a médica que a atendeu, após os procedimentos necessários, fez o pedido de um exame de refluxo.

Diante do pedido, Patrícia levou a filha para Rio Preto para fazer o exame, que é feito na região do esôfago e, sem querer, o médico acabou descendo o aparelho mais do que o normal e acabou encontrando um nódulo.

“Na hora ele não me falou nada, mas pediu para que eu voltasse na médica no mesmo dia, pois eu teria que conversar com ela. Quando cheguei ao consultório da doutora, ela olhou nos meus olhos e disse que minha filha estava com câncer e que ela teria que passar por uma cirurgia, além de sessões de quimioterapia. Naquele momento eu perdi o chão e confesso que cheguei a pensar onde estava Deus”, contou.

Aproximadamente 15 dias depois da descoberta, a pequena Mariana iria começar as seções de quimioterapia, mas a equipe médica do Hospital de Base de Rio Preto decidiu fazer primeiro a cirurgia para ter um diagnóstico preciso, pois até então, todos acreditavam que se tratava de um neuroblastoma, um câncer geralmente encontrado nas pequenas glândulas sobre os rins, mas que pode se desenvolver na barriga, peito, pescoço, pélvis e ossos.

Foi então que entrou a fé da tia de Mariana, Michele Cássia do Nascimento. Ela decidiu fazer uma promessa a Deus de que se o caso da sobrinha não fosse neuroblastoma, ela faria três anos de um terço em agradecimento à cura da sobrinha.

“Foram oito horas de cirurgia e depois de algum tempo chegou o resultado. A médica olhou para mim e perguntou se eu acreditava em milagre, pois era para eu agradecer a Deus todos os dias porque tinha acabado de acontecer um milagre ali. Ela disse que apenas uma criança em 1 milhão descobre um nódulo acidentalmente e que além disso, não se tratava de um neuroblastoma, mas sim um ganglioneuroblastoma. Isso quer dizer que se tratava de uma célula maligna que foi encapsulada pelo próprio organismo  e se tornou benigna”, disse a mãe com os olhos marejados.

Por segurança, mesmo se tratando de um nódulo benigno, a equipe médica decidiu realizar seis sessões de quimioterapia em Mariana devolvendo a ela 99% de chances de não desenvolver novo nódulo.

“As sessões de quimioterapia também foram muito desgastantes. Teve vez dela sofrer mais de 15 picadas e não conseguirem achar a veia dela por causa dos medicamentos. A parte mais triste foi quando tiveram que colocar um cateter no pescocinho dela, porque não encontravam mais nenhuma veia. E assim foram longos meses de luta até que no dia 26 de novembro aconteceu a última sessão de quimioterapia e a médica disse que a partir dali era pra gente seguir nossa vida normalmente, pois um milagre tinha acontecido. Isso me marcou muito, pois médico geralmente não fala em Deus, mas ela repetiu, ‘pode acreditar que Deus operou um milagre na vida de vocês’. E eu acredito nisso”, completou.  

Patrícia acredita em milagre não “só” pelo tumor ter sido encapsulado pelo próprio organismo, mas sim por tudo o que aconteceu na vida de Mariana e, principalmente, pela descoberta acidental do nódulo.

“Não há explicação se não Deus para eu levar minha filha para fazer um exame que não tinha nada a ver, que é feito só no esôfago, e o médico acidentalmente levar o aparelho justamente em direção ao nódulo que estava na região da costela. Se não fosse isso, nunca saberíamos”, relembrou Patrícia.

E foi então que teve início o Arraiá da Mariana. A tia Michele prometeu e como a graça foi alcançada, a família paga a promessa com o maior prazer. 

“Não foi fácil, mas as orações de todos os envolvidos me deram força. Só tenho que agradecer a todos, principalmente a Deus. Não Posso deixar de agradecer também a minha família que é maravilhosa, em especial ao meu sogro, Gilberto, que foi o companheiro de todos os momentos, ele que me levava, me esperava, me ajudava a segurar ela durante todo o tempo”, concluiu.

O Arraiá da Mariana, como já mencionado, será no dia 2 de julho, na rua Nestor Caetano de Souza, Jardim Barbosa.