Gesto simples de farmacêutica muda a vida de pacientes do Santa Bárbara

20 de Agosto de 2025

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Gesto simples de farmacêutica muda a vida de pacientes do Santa Bárbara

O funcionalismo público já foi rotulado de todas as formas imagináveis. Alguns dizem que os funcionários públicos não trabalham, outros que eles só querem saber dos vencimentos no quinto dia útil e há também àqueles os tacham de coisas piores. No entanto, o gesto de uma farmacêutica da rede pública municipal desmonta todas essas pechas.

Sem falar nada para ninguém e utilizando dinheiro do próprio bolso, Aline Romero Martins Tomazini iniciou um projeto que mudou a vida de dezenas de pacientes da unidade básica de saúde o Jardim Santa Bárbara, a UBS Dionísio Pereira Marques.

Aline se formou no curso de farmácia na FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis – e ingressou no setor público no ano de 2010 na UBS do Vila Regina, onde tudo teve início por conta de dois de seus pacientes.

“Eu tinha dois pacientes que tomavam muitos medicamentos e que tinham muita dificuldade para os tomar da maneira correta. Á época as meninas faziam um trabalho de colocar os remédios da semana separados em potinhos. Funcionava relativamente bem, porém, quando eles iam ao médico e o doutor perguntava para eles quais medicamentos tomavam eles não sabiam dizer. Foi quando eu decidi que precisava fazer alguma coisa para eles terem independência”, contou a farmacêutica.

Foi quando que, com caixas de papelão que vinham com medicamentos para as unidades, ela passou a produzir recipientes artesanais com separações para dividir os remédios e os horários que cada um deles deveriam ser tomados.

“Em cada quadradinho vai um medicamento, então, por exemplo, se for três vezes ao dia para tomar de manhã eu coloco o desenho de uma xicara de café, no horário do almoço, o de um pratinho e no jantar o de uma lua. Se for só de manhã e de noite, coloco o sol e a lua para eles irem se localizando. No caso desses dois primeiros pacientes deu muito certo e então decidi fazer com os demais que tinham a mesma dificuldade”, explicou. 

E assim foram feitas caixas e mais caixas, tudo registrado em fotografias que são guardadas em seu arquivo pessoal e estampam o carinho que cada paciente tem pela farmacêutica.

E não é por menos, afinal, para Aline, tudo é válido para ver a melhora de seus pacientes. Um exemplo disso está na caixinha do senhor Sérgio Stazinaf. Ele, corintiano fanático, ganhou um incentivo extra para tomar seus medicamentos corretamente ao receber das mãos dela uma caixinha personalizada com o símbolo do Corinthians.

 “Amo minha profissão e por meio dela eu quero ajudar as pessoas. Não só simplesmente vir aqui, pegar o medicamento e entregar, mas sim fazer algo que vai de fato ajudar aquela pessoa. Você não tem noção da satisfação que dá quando um paciente vem aqui já bem melhor porque está tomando os remédios da forma correta ou quando um deles conta que foi elogiado pelo médico por causa da organização. Isso que é gratificante, saber que você está fazendo um trabalho que está dando bons resultados”, concluiu.