É tão certo, que seria possível apostar que você leu a manchete deste texto cantando. E não é por menos, trata-se do trecho de uma das músicas mais famosas do rei Roberto Carlos, “O Portão”, uma canção que exemplifica bem a realidade de muitos fernandopolenses que buscaram fora a felicidade, mas só a encontraram de verdade aqui, na famosa terra moça.
Os exemplos são vários, mas CIDADÃO separou apenas um, para mostrar o quanto Fernandópolis é importante para vida de muita gente, mesmo com poucas pessoas percebendo isso.
E o exemplo vem de longe, na verdade do outro lado do país, Macapá no Amapá. Trata-se de Patrícia Arneiro Lourenço, uma nutricionista que aos 16 anos deixou Fernandópolis e retornou somente 14 anos depois. Essa semana completa dois meses que ela está de volta.
“Meu tio tem uma empresa em Macapá e então convidou meus pais e todos os irmãos para ir para lá com o intuito de deixar a empresa em família. Então eu tive que os acompanhar, mesmo com uma dor imensa no coração de deixar a minha cidade e os meus amigos”, disse.
Lá, acabou concluindo o ensino médio e buscou formação em nutrição, onde se especializou mais tarde em nutrição clínica e se estabeleceu com a abertura de sua própria clínica.
Patrícia, no entanto, não se sentia completa. Mesmo tendo estabilidade financeira e uma extensa carteira de clientes na cidade que a acolheu, faltava algo em sua vida.
“Sempre tive muita vontade de voltar, mas eu tinha uma estabilidade financeira muito boa lá e por mais que não me sentisse completa longe da minha terra eu precisava de uma garantia de estabilidade aqui também, afinal, eu fiquei quase 14 anos fora. Foi então que vi essa oportunidade nos concursos públicos que abriram aqui em Fernandópolis e em Estrela d’Oeste. Me preparei, estudei bastante e vim decidida a voltar”, contou.
Ela então veio prestar o concurso da Prefeitura de Fernandópolis e alguns dias depois o da Prefeitura de Estrela d’Oeste. Passou no de Estrela e não pensou duas vezes, pegou suas malas, se mudou para Fernandópolis e assumiu o cargo na cidade vizinha.
“Sentia muita saudades daqui. Toda a minha família é daqui, deixei amigos, uma vida para traz e não me sentiria completa nunca, enquanto não recuperasse esse pedaço de mim”, completou.
Questionada sobre o que mudou neste intervalo de tempo em que ficou fora, ela disse que estruturalmente muita coisa mudou, mas as pessoas que, segundo ela, são os maiores patrimônios dessa cidade, continuam as mesmas.
“A cidade ficou muito melhor em questão de estrutura, mas o principal, que são as pessoas, continua da mesma forma. Meus amigos de uma maneira em geral seguiram a vida, casaram, constituíram família, mas a amizade continua, tanto que nos reencontramos agora que eu voltei”, disse.
Perguntada sobre do que mais sentia falta ela foi categórica: “De tudo. Eu nunca me encaixei lá. Fiz grandes amigos em Macapá que levarei para a vida toda, mas eu nunca senti que fosse o meu lugar”, afirmou.
Para os que têm o desejo de voltar ela deixa um conselho: “Voltem. Se vocês se sentem incompletos como eu me sentia e têm o real desejo de voltar, procurem uma forma e voltem. Para ser feliz a gente tem que estar em um lugar que nos faz feliz”, concluiu.