Luísa, 14 anos, é “dona” de uma rua

20 de Agosto de 2025

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Luísa, 14 anos, é “dona” de uma rua

O nome da uma rua é algo tão comum que às vezes nem nos perguntamos de onde vem aquele nome ou quem atribuiu e de que forma isso foi feito. O importante é que todas as ruas têm nomes.

O nome das ruas e bairros de uma cidade é uma forma de identificação que é usada pelos poderes públicos, por empresas e as pessoas em geral. Sem os nomes seria muito complicado uma pessoa situar-se em uma cidade ou mesmo locomover.

Geralmente o nome de uma rua é atribuído por projeto de iniciativa parlamentar, ou seja, um vereador, por exemplo, formaliza através de um projeto a denominação de uma via pública para homenagear alguém já falecido e que, de alguma forma, participou da história da cidade.

Outra forma é o próprio loteador já decidir os nomes das vias do bairro que pretende lançar. E este é o caso do projeto do Bairro Antônia Franco em Fernandópolis, onde uma jovem de 14 anos, Luísa Bortolozo Franco, é nome de uma das ruas do bairro.

Primeiro, é necessário entender quem é Antônia Franco. Ela é filha de Filomena e Afonso Cáfaro, uma das primeiras famílias a aportar por aqui. Quando se casou com Prof. Rui Ribeiro Franco ela perdeu o sobrenome da família Cáfaro.

O bairro Antônia Franco se localiza na zona sul da cidade e foi lançado há cerca de 10 anos. Conta a família, que Antônia Franco quis homenagear a bisneta Luísa Bortolozo Franco colocando seu nome em uma das ruas. A vontade foi cumprida. Também foi cumprido o desejo do professor Rui Ribeiro Franco de homenagear alguns escritores/poetas. Ruas do bairro homenageiam Érico Veríssimo, Mário de Andrade, Cecilia Meireles, Jorge Amado além de fernandopolenses ilustres já falecidos.  

A Rua da Luísa corta o bairro e logo na primeira quadra, no sentido norte-sul, cruza com a Rua Prof. Rui Ribeiro Franco, seu bisavô. Na esquina, como não poderia deixar de ser, Luísa tem um lote e muitos planos.

Luisa tem 14 anos, é filha do casal Daianne Rocca Bortolozo e Rodrigo Scavone Ribeiro Franco. Estuda no 9º ano do Colégio Anglo. A mãe, Daianne, conta que a homenagem foi dada logo que Luísa nasceu. Ela foi crescendo sabendo que seu nome era de uma rua no bairro. “Ela vibrava quando construíam casas na rua porque achava que seriam dela, porque se achava a ‘dona’ da rua”, diz a mãe.

A própria Luísa relata algumas coincidências. Tem um amigo, o Ian, que mora na sua rua. “Quando falo que já tenho nome de rua, as pessoas se espantam. Ué, nome de rua não é só de gente morta. Caraca estou viva”, conta Luísa rindo da confusão. Ela diz que não se incomoda quando as pessoas questionam isso.

A mãe também não se incomoda, ao contrário. “Acho o máximo, foi muito legal a homenagem da bisavó. Isso só nos deixa orgulhosos”.

Na visita ao bairro com a reportagem do CIDADÃO, na sua rua, Luísa contou que sonha construir sua casa no lote que possui. “Fico imaginando ter uma casa na minha rua. Imagina quando realizar uma festa. Vai ser a festa da Luísa na Rua Luísa”. Ao mesmo tempo, já abre a possibilidade até para o consultório, já que a Medicina está entre seus desejos futuros. “Seria bem legal, né”.

Bem vindos, então, à Rua Luísa Bortolozo Franco, com “S”, embora na placa colocada no poste esteja grafando com “Z”. Ela é uma bela menina, no esplendor dos seus 14 anos, irradiando vida e com muitos sonhos, inclusive o de morar na sua própria rua.

Os nomes de ruas mais comuns pelo Brasil

Uma rápida pesquisa e é possível apontar quais os nomes de ruas mais comuns pelo Brasil. Entre eles, aparecem: Tiradentes, Castelo Branco, Getúlio Vargas, Avenida da Saudade, Dom Pedro, entre outros. Neste caso, todos os citados também são homenageados em Fernandópolis. A Rua Tiradentes fica no Jardim do Trevo/Ubirajara, a Castelo Branco no Coester, Getúlio Vargas é uma imponente avenida no Jardim Paulista, Avenida da Saudade liga os dois cemitérios da cidade e Dom Pedro fica no Jardim Progresso.