Três anos se passaram desde que a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), deixou 231 mortos e ao menos 106 pessoas feridas. O caso, que repercutiu em todo Brasil e no mundo também, fez com que as autoridades brasileiras reavaliassem as medidas de segurança aplicadas em território nacional, contra esse tipo de incidente. E isso está influindo diretamente em diversos órgãos e entidades fernandopolenses, que podem até serem fechadas, caso não se adequem.
E esse é o caso do Parque Residencial São Vicente de Paulo, o Asilo de Fernandópolis, que emitiu uma nota essa semana pedindo socorro à população para angariar fundos com o intuito de fazer as adequações necessárias sob pena de ter que fechar as portas e deixar de abrigar os mais de 50 idosos que lá residem atualmente.
Essas adequações terão de ser feitas em três meses e foram orçadas em mais de R$150 mil, dinheiro que o asilo não dispõe.
“Precisamos do apoio da população fernandopolense, bem como dos empresários e clubes de serviço, pois se não cumprirmos as exigências, daqui três meses teremos que encerrar um trabalho de mais de 50 anos”, disse Antônio Carlos Bêgo, gerente da instituição.
Porém, por mais que a hipótese de fechamento de qualquer entidade possa parecer desumana, é preciso olhar os dois lados do problema. Com a atual estrutura do Asilo, por exemplo, que já é muito antiga, em um incêndio as chances de retirar todos os assistidos em segurança diminuiria muito.
Essa mesma interpretação fez com que a justiça fernandopolense interditasse o Shopping de Fernandópolis, por uma semana, no começo de 2014, bem como outros diversos pontos comerciais espalhados pela cidade. Até o Velório Municipal ficou sob risco de interdição, porém as providências necessárias foram tomadas antes do fechamento.
Diversas escolas municipais também tiveram que ser adequadas, inclusive essa semana, a Câmara Municipal de Fernandópolis aprovou o Projeto de Lei nº 42/2016, que dispõe sobre autorização para abertura de crédito adicional suplementar no valor de R$91 mil, para execução de obras de reforma e adaptação ao Sistema de proteção e combate a incêndio, na Emef Dr. Alberto Senra, no Jardim Ipanema.
CONTAS
Apesar das dificuldades financeiras, o Executivo Municipal ainda consegue remanejar dinheiro de outras pastas para realizar obras do tipo, já o Asilo, literalmente, não tem de onde tirar recursos.
De acordo com a auxiliar administrativo, Euzi Costa de Souza Passetti, o asilo recebe atualmente uma média de R$ 13 mil mensais, em verbas dos governos municipal, estadual e federal, sendo que as despesas superam R$ 80 mil mensais.
Para complementar a renda, a entidade promove bailes todas as sextas-feiras, e uma série de outros eventos, como quermesses, almoços e leilões de gados. No entanto, ainda trabalha com um déficit mensal em torno de R$ 10 a R$ 12 mil.
“Não conseguimos, de forma alguma, realizar qualquer tipo de reforma com recursos próprios, até porque sempre fechamos as contas no limite ou com déficit, por isso é que pedimos a colaboração de todos em um momento tão complicado para a entidade”, completou Euzi.
Diversas ações, como jantares, violadas e eventos beneficentes deverão ser realizados pelos Vicentinos nos próximos dias, porém, quem quiser colaborar de alguma outra forma pode o fazer por meio do telefone 3442-2110 ou diretamente na entidade.
