Mesmo de cama, dona Bila não para de ler; já foram mais de 15 mil livros

20 de Agosto de 2025

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Mesmo de cama, dona Bila não para de ler; já foram mais de 15 mil livros

Dona Bila, como é conhecida a professora aposentada Maria Aparecida Trevisan, vai completar no mês de julho seu 81º aniversário. Nestas oito décadas bem vividas, boa parte delas ao lado de seu marido, Querton Ribamar de Souza (falecido em abril de 2009), dona Bila carrega uma grande e eterna paixão: a leitura. 
Essa paixão é tão grande que, numa contagem superficial, é possível crer que ela já tenha lido mais de 15 mil livros em sua vida. A conta é simples: dona Bila lê em média cinco livros por semana; um ano possui 52 semanas e ela lê desde os12 anos de idade, ou seja, são 68 anos de leitura; portanto são 5 livros, vezes 52 semanas por ano, vezes 68 anos, o que dá um total de 17.680 livros ao longo de sua vida. 
“Não dá para contar não. Nunca parei para pensar nisso, mas eu leio cinco ou seis livros por semana. Teve época que eu lia muito mais, mas na época da faculdade, por exemplo, eu lia um pouco menos. Não sou muito apegada nesse negócio de televisão então meu passatempo é ler. Assim eu não falo mal de ninguém, não fico com minhocas na cabeça”, conta ela. 
Como já dito, a paixão de Bila pela leitura nasceu quando ela ainda era muito jovem. Aos 14 anos ela já tinha lido toda a coleção de José de Alencar e seguia comprando novos títulos e não parou até hoje. 
“Minha mãe sempre dava um dinheirinho para gente comprar lanche na escola, mas eu juntava esse dinheiro para comprar romances e poder ler. Quando eu comecei namorar o Querton, ele já era famoso no basquete, aí como ele viajava muito para jogar, ele levava uma lista dos livros que eu tinha e sempre trazia outros novos para mim. Às vezes quando ia ao cinema, enquanto a luz não apagava para começar o filme eu continuava lendo”, disse ela com um sorriso no rosto. 
 Tantos anos de leitura, claramente, fizeram muito bem para dona Bila. Uma senhora de um vocabulário muito extenso, de cultura indescritível e de uma lucidez invejável. 
DE CAMA 
Porém, a idade infelizmente não traz apenas experiência.  Com ela veio algumas doenças e o médico recomendou repouso absoluto. Mas quem pensa que isso lhe tiraria sua maior paixão está enganado. 
“Eu ia muito à Biblioteca, mesmo quando a Biblioteca não era grande como é hoje, eu já ia lá escolher livros e agora como não posso ir, as meninas da Biblioteca separam os livros para mim e um ex-aluno meu, que trabalha com entregas com sua moto, passa lá, pega e traz para mim e depois leva os que estão aqui comigo de volta”, conta ela. 
Bila já é tão conhecida na Biblioteca que todas as atendentes já conhecem seus gostos e autores preferidos. 
“As meninas da Biblioteca são muito atenciosas comigo e acho que são assim com todo mundo. Esses dias elas escolheram uns livros meio pesados e eu deitada, quando estava de repouso, então não conseguia ficar segurando os livros, pois doíam os braços. Então pedi para elas mandarem uns livros mais finos, se não eu não conseguiria ler e elas me atenderam”, completou a aposentada. 
Seu autor preferido na atualidade é Nicholas Sparks. Ela o conheceu por meio de um livro que pegou na Biblioteca Municipal e desde então não parou de acompanhar suas obras. “É um livro onde a gente viaja, entra na história”, conta. 
Os livros que mais marcaram a sua vida foram o “John Chauffeur Russo” de Max Du Veuzit, “Filha do diretor de Circo” da Baronesa F Von Brackel e “O Casamento” de Nicholas Sparks. 
Porém, o maior autor de todos os tempos para ela foi José de Alencar. “A leitura faz parte da minha vida. Pretendo continuar lendo até o fim dos meus dias, se Deus quiser”, concluiu.