Quem passa pela Avenida Carlos Barozzi, na Brasilândia, se impressiona com a estrutura de madeira instalada pela Prefeitura de Fernandópolis para escorar as paredes e evitar o desabamento da fachada do Museu Histórico da Cidade. A casa de Carlos Barozzi datada de 1930 está em situação de risco.
A retirada do telhado para restauração afetou a segurança das paredes e obrigou a colocação de escoras até que a “cinta de concreto” seja construída para amarração da estrutura. Vigas de concreto foram construídas para reforço da estrutura.
O secretário de Obras, Infraestrutura, Habitação e Urbanismo Osmar Guirelli revelou que espera em 40 dias recolocar o telhado. “Já construímos as colunas e agora estamos trabalhando na construção da cinta para travar as paredes. Já estamos verificando o madeiramento, o que não tiver condições será trocado. O objetivo é manter o telhado original”, explicou.
Recentemente em entrevista ao CIDADÃO a nova secretaria de Esporte, Lazer e Cultura, Daise Besteti Duran Vian revelou que as obras de reforço da fundação no Museu são fundamentais para o processo de restauração. “Esse reforço é primordial para que a estrutura do prédio tenha condições de receber um novo telhado e posteriormente a restauração adequada. Essas obras foram feitas com mão de obra e recursos da própria administração”, revelou.
Após concluir as obras previstas, a prefeitura deve repassar para os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura da FEF, a responsabilidade de realizar o projeto de restauração do prédio. Daise relata ainda que nesta etapa de restauração a Secretaria de Esportes, Lazer e Cultura já solicitou recursos através de um convênio com o Ministério da Cultura para a contratação de um especialista, que possa orientar o trabalho.
RELEMBRE O CASO
Desde 2013, o CIDADÃO vem acompanhando o caso do Museu de Fernandópolis, instalado na casa do fundador do bairro da Brasilândia, Carlos Barozzi.
Já na época o jornal relatava que eram 73 anos de história escorados em duas vigas de madeira. A calçada frente à casa da família Barozzi, tombada como patrimônio histórico do município, teve de ser isolada por conta do risco de desmoronamento. Um problema que, segundo os próprios funcionários do museu, foi percebido no segundo semestre de 2012.
Para os moradores a situação era de muita preocupação. “A gente fica preocupada. Ainda bem que eles cercaram aí (isolaram), já pensou se isso cai na cabeça de um? Eles tinham que arrumar. Nosso museu era muito bom, quando chegava visita em nossa casa tínhamos pelo menos onde trazê-los”, relatou na época, Maria de Fátima, moradora do bairro.
Já o projeto elaborado em parceria com a Acif para buscar recursos pelo programa Ação Cultural através da Lei Estadual de Incentivo a Cultura, acabou fracassando e não saiu do papel.
HISTÓRIA DO MUSEU
Atualmente, o Museu Histórico de Fernandópolis mantém um acervo com objetos que pertenceram a antigos moradores e que representam a cultura local e regional.
O núcleo inicial do acervo foi constituído através da doação da família Barozzi e pela transferência do acervo de vários museus escolares. Além disso, outras famílias doaram outros objetos, que representam a história e o cotidiano da cidade.
O local abriga telefones da década de 40, os primeiros computadores de Fernandópolis que surgiram na década de 80, doados pelo Escritório Brasil. Os teclados são fixados nos monitores e as CPUs possuem cerca de um metro de altura. Há também as mobílias da sala do primeiro prefeito eleito, Libero de Almeida Silvares, e um armário com louças da família Barozzi. O próprio prédio faz parte da história da cidade.
O museu foi instituído no dia 10 de novembro de 1982 pelo então prefeito Milton Edgar Leão, data da fundação do bairro de Brasilândia. A casa que abriga a história fernandopolense foi construída no final da década de 1930.