Dom José Reginaldo Andrietta toma posse amanhã, 31, da Diocese de Jales, responsável por todas as paróquias da região, inclusive a de Fernandópolis. Ele foi designado pelo Papa Francisco, líder máximo da Igreja Católica no mundo, para assumir o lugar de Dom Demétrio Valentini, que vai completar 75 anos, idade limite para permanecer na função de bispo diocesano.
Dom José Reginaldo Andrietta foi ordenado bispo em dezembro do ano passado, na Basílica Santuário Santo Antônio de Pádua, em Americana-SP. Porém, só tomara posse da Diocesse amanhã, 31, em uma cerimônia que será realizada na Catedral de Jales, às 10h.
O novo bispo garante que fará o mesmo caminho de Dom Demétrio que, agora, seguirá como Bispo Emérito da Diocese, principalmente em relação ao trabalho de seu antecessor com a juventude.
“Trilharei o mesmo caminho de Dom Demétrio, dando continuidade ao maravilhoso trabalho que ele, seu presbitério e toda a Diocese têm realizado, também no que se refere à juventude, pois esse tem sido um dos focos importantes de meu trabalho pastoral”, afirmou em entrevista ao CIDADÃO.
Hoje com 53 anos, dos quais 32 foram dedicados à Igreja Católica como padre, Dom Reginaldo não acredita em acasos e afirma que se foi designado pelo papa para assumir a Diocese de Jales, é porque Deus quer que ele cumpra essa missão.
“Toda missão conferida por Cristo, como a minha, é um desafio. Eu a exercerei como um serviço humilde, seguindo o que Cristo disse aos seus discípulos, conforme Lucas 10,42-45: os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam, mas entre vós não deve ser assim; o grande ou primeiro deve ser servidor de todos. Por isso, escolhi como lema episcopal: a serviço do bem comum”, disse.
Como bispo, Dom Reginaldo disse que irá atuar em diversas frentes de trabalho, porém, priorizará a formação cristã em todas as gerações.
“Defendo a formação cristã permanente e de qualidade de todas as gerações, ou seja, pessoas de todas as idades, priorizando, evidentemente, as crianças, os adolescentes, os jovens e os recém-casados, os quais estão sendo afetados de modo mais intenso pela rápida mudança global da cultura”.
Sobre a queda no número de católicos em todo país, o novo bispo afirma que o cristianismo católico não deve se pautar por quantidade, mas sim por qualidade na fé.
“Há muitos fatores que justificam essa queda de fiéis, todos relacionados a uma mudança global de cultura. Cito alguns. Atualmente, os modos de vida e as formas de expressão religiosa se diversificam rapidamente. Muitas pessoas estão buscando espiritualidades religiosas nas quais possam se expressar de maneira mais subjetiva, individualista e informal, sobretudo por meio de grupos religiosos e igrejas que enfatizam a relação afetiva com Deus, sem muito compromisso comunitário sócio transformador. Cresce também, o fenômeno da secularização, ou seja, muitos dispensam a religião de suas vidas, dispensando finalmente, Deus, crendo com isso, equivocadamente, que podem ser mais felizes. Há que se considerar também que hoje, o cristianismo católico pauta-se menos por quantidade de fiéis, procurando enfatizar mais a qualidade do testemunho de fé, de vida comunitária e de atuação de seus adeptos”, concluiu.
PERFIL
Nasceu em Pirassununga, Diocese de Limeira, em março 1957, sendo filho de Octavio Andrietta, já falecido, e de Therezinha Octaviano Andrietta, residente em Pirassununga.
O novo bispo diocesano foi ordenado padre em 1983, sendo, imediatamente, nomeado pela CNBB, como assessor nacional da JOC - Juventude Operária Católica -, organização de jovens trabalhadores, com a qual já trabalhava em Americana e outras cidades. Exercendo essa função, residiu em São Paulo, onde está o secretariado nacional, trabalhando, diretamente, em várias regiões do país.
A partir de 1986, trabalhou como vigário paroquial em duas paróquias de Limeira (São Cristóvão e Santa Terezinha). Trabalhou também com a JOC na Argentina. Foi assessor continental dessa mesma organização, residindo no Equador.
Trabalhou novamente em Americana, nas paróquias Nossa Senhora do Carmo e São Benedito, e no seminário propedêudico da Diocese. Em seguida, trabalhou com a JOC nos Estados Unidos.
De 2000 a 2006, foi assessor mundial da JOC Internacional, residindo na Bélgica, trabalhando sobretudo na África. Na Bélgica, onde ficou nove anos, trabalhou também em uma unidade pastoral de cinco paróquias, particularmente com uma comunidade multicultural.
Estudou sete anos no Instituto Internacional de Catequese Lumen Vitae e dois anos na Universidade de Lovaina, onde obteve o título de mestre em Teologia Pastoral. Regressou ao Brasil em 2009, assumindo imediatamente, por solicitação de Dom Vilson, a Paróquia São Judas Tadeu, onde atuava até a designação do papa.