Se engana quem pensa que Fernandópolis está alienada no que diz respeito às inovações tecnológicas, principalmente em relação a programação de robôs autônomos para facilitar tarefas do dia a dia e cooperar com problemas ambientais. No próximo dia 30, seis alunos do Ensino Fundamental do Serviço Social da Indústria (SESI-SP), de Fernandópolis, vão participar do Torneio Sesi-SP de Robótica, categoria First Lego League. A fase regional será realizada em Presidente Epitácio com a participação de 32 equipes, das quais sete serão selecionadas para a fase estadual.
Com auxílio da analista de informática Josilene Franco Pacheco, técnica do projeto e do bibliotecário Cássio Gonzalez, mentor, os alunos Pedro Henrique da Silva, (6º ano), Carina Assakawa (8º ano), Mateus Dias Zanelli (6ºano), Isabela Figueiredo Zarda (8º ano), Guilherme dos Santos Almeida (9º ano) e Stéfani Malaquias da Silva (9º ano) tiveram de identificar problemas relacionados ao lixo e apontar soluções inovadoras para diminuir sua produção, indicar maneiras eficientes de realizar o reaproveitamento de resíduos, bem como o transporte e o armazenamento desses resíduos. Com o tema Trash Trek (trilha do lixo), eles realizaram pesquisas de campo na Acarf – Associação dos Catadores Recicláveis de Fernandópolis-, Unicastelo, Emef Melvin Jones (Escola Agrícola) e no aterro sanitário para fundamentar o projeto de pesquisa e programaram o Robô “Eco”, que terá de cumprir as missões da mesa de competições em 2’30 minutos no Desafio do Robô.
Na Etapa Regional, a pontuação de cada time é baseada em três requisitos: projeto de pesquisa (inovação, apresentação e pesquisa); projeto do robô (design do robô, programação e estratégia e inovação); e core values (inspiração, trabalho em equipe e profissionalismo).
“Além de fazer um bom projeto de pesquisa e programar o robô, precisamos colocar em prática os bons valores (core values). Sabemos que é preciso respeitar todos os participantes e os colegas de equipe para melhorar um dos problemas do mundo. Aprendemos muito nos anos anteriores e com certeza isso vai nos ajudar este ano”, contou Stéfany Malaquias, que participou das últimas três edições.
Quem também está confiante é o mentor Cássio Gonzales, que aposta na experiência. “Fomos muito bem o ano passado no core values e na pesquisa e creio que esse ano iremos bem na mesa e também na parte de pesquisa. Quanto ao core values nossa equipe está bem integrada, então nossas chances de sair com alguma premiação são muito altas”, destacou.
A melhor premiação de Fernandópolis foi em 2013 quando o robô executou todas as tarefas cujo tema era “desafio da natureza”. Eles tiveram de explorar e propor soluções inovadoras para o que pode ser feito para prevenir desastres naturais como tornados, ciclones, avalanches, tempestades, terremotos, tsunamis, enchentes, deslizamentos de terra entre outros. O robô teve a missão de zelar por pessoas em situação de risco.
Se por um lado há muita expectativa por parte dos alunos que já participaram, para quem está indo pela primeira tudo é um aprendizado. “Eu sempre tive interesse em participar do torneio, sempre foi algo bem falado na escola e me despertava a curiosidade. Foi aí que fiz uma avaliação para entrar na equipe. Aprendi muita coisa que não imaginava e melhorei nas demais disciplinas, como, por exemplo, em matemática com raciocínio lógico”, contou Mateus Dias Zanelli.
A preparação para o torneio, que pode garantir a presença nos maiores torneio de robótica do mundo é séria. Em Fernandópolis eles contam com mais de 5 mil peças de lego e se preparam há dois meses. “Alguns integrantes da equipe têm experiência de anos anteriores, mas sempre estamos renovando alguns deles pelo limite de idade que é de 15 anos, mas todo ano muda. A mesa, o tema, o projeto, enfim. Exige muita dedicação nas demais disciplinas como física, matemática, ciências, química e até o português em virtude do projeto de pesquisa. Há dois meses eles estão se preparando e a escola nos dá total suporte para a participação”, disse a técnica Josilene.
O PROJETO
O projeto dos fernandopolenses tem a missão de “produzir menos lixo ou melhorar a maneira que as pessoas lidam com o lixo que produzem. A instigação partiu do problema com descarte de resíduos orgânicos produzidos nas casas, feiras, restaurantes, escolas, entre outros, que se acumulam nos lixões, aterros sanitários e aterros controlados gerando problemas ambientais e custos elevados aos municípios. A solução proposta pelos seis alunos é da criação de um sistema de coleta seletiva de restos de alimentos, para a realização de composto orgânico, diminuindo a quantidade de matéria orgânica que vão para os aterros sanitários, aterros controlados e lixões objetivando diminuir a quantidade de lixo, incentivar e conscientizar sobre a importância da separação do lixo orgânico nas residências e demais estabelecimentos, explorar as vantagens dos resíduos orgânicos, reverter o adubo produzido para a sociedade, comercializando-o com um preço simbólico, melhorar a maneira que as pessoas lidam com o lixo que produzem.