A terceira queixa mais comum em consultórios médicos do Brasil é a tontura. O sintoma só fica atrás de dor e febre. E, assim como os outros dois, a tontura pode ter uma série de razões ocultas - mais de 300 quadros clínicos podem levar a essa sensação. Portanto, é certo: quem ainda não teve, em algum momento da vida, terá sinais como falta de equilíbrio, sensação de possível queda ou de que a cabeça está girando.
Em geral, as causas estão relacionadas com o labirinto, uma estrutura localizada no ouvido interno que está relacionada à audição e equilíbrio. Quando ele é afetado por um dos fatores - que podem ser infecciosos, inflamatórios, neoplásicos (decorrentes de tumores), entre outros - a pessoa fica com a sensação de ter perdido o equilíbrio. O ideal é que um médico seja procurado assim que o sintoma aparecer.
“A palavra tontura abrange uma variedade de sensações de perturbação do estado de equilíbrio corporal. As manifestações mais frequentes são a de estar girando no meio ambiente (vertigem), de desequilíbrio, instabilidade, desorientação espacial, flutuação, nebulosidade na cabeça e sensação de embriaguez. Vertigem e outros tipos de tontura são sintomas comuns na rotina clínica do otorrinolaringologista e também na especialidade de outras áreas médicas. Além do sistema vestibular, visual e proprioceptivo, outras estruturas nobres do sistema nervoso central participam do equilíbrio corporal. Vertigem é o tipo prevalente de tontura. Há três tipos principais de vertigem: espontânea (em crise única, geralmente intensa e duradoura, com profusas manifestações Neurovegetativa), recorrente (em crise recidivantes) e posicional que aparece em certas posições da cabeça e/ou do corpo ou à mudança de posição cefálica. A vertigem posicional ou de posicionamento é a mais encontrada, podendo estar eventualmente associada aos outros tipos de tontura num mesmo paciente”, explicou o médico otorrinolaringologista, Leandro Barbuio Careno, que realiza aproximadamente 20 consultas por semana em que a queixa é vertigem, o que representa em torno de 20 a 30% dos pacientes atendidos na Clínica Soma.
Uma boa notícia é que raramente a tontura indica um problema neurológico mais sério, como um derrame, hemorragia cerebral ou esclerose múltipla.
O médico fernandopolense deu 11 dicas de como controlar a doença:
- comer bem pela manhã, menos no almoço e muito menos a noite
-não ficar mais do que 3h no período diurno sem ingerir algum alimento
- evitar o uso de carboidratos de absorção rápida como açúcar refinado
- limitar massas e comidas gordurosas a pequenas quantidades
- comer devagar e mastigar bem os alimentos
- eliminar ou diminuir muito ingestão de bebidas alcoólicas
- estresse emocional, ansiedade e fadiga excessiva devem ser evitados tanto quanto possível
- beber de quatro a seis copos de água durante o dia
- não fumar
-não beber mais do que três xícaras de café por dia
- praticar exercícios físicos regularmente
ATENÇÃO
Casos em que a tontura ocorrer após uma forte pancada na cabeça, vier acompanhada de febre alta, perda súbita de audição, dor no peito e visão turva devem seguir imediatamente para o serviço de emergência hospitalar. Enfraquecimento das pernas ou braços, fala embaralhada, perda de consciência e mal-estar acompanhado de náusea e vômito, além da presença de desequilíbrio intenso também fazem parte dos sinais que indicam a necessidade de procurar imediatamente um hospital.
Confira também 11 causas comuns para a tontura:
• Quando o corpo não possui ferro suficiente para produzir hemoglobina — proteína que transporta oxigênio no sangue — a pessoa pode ter tontura, entre outros sintomas, se não houver tratamento.
• Pode obstruir a cavidade nasal. Com o nariz congestionado, outras áreas são afetadas e podem trazer consequências diretas ao labirinto, causando a tontura.
• As dores de cabeça podem vir acompanhadas de náuseas e sensibilidade à luz. Em alguns casos, a enxaqueca pode vir junto com tontura.
• Problemas como diabetes ou colesterol alto também podem causar tonturas. No caso do colesterol, por exemplo, há um engrossamento do sangue que prejudica a oxigenação do labirinto — fazendo com que o sintoma ocorra.
• Sintomas como respiração ofegante, taquicardia e tontura podem ser sintomas de uma crise de ansiedade.
• A menopausa ou distúrbios na tireoide comprometem o labirinto. Nesse caso, a tontura pode não ser permanente, mas recorrente.
• Entre 10 e 15% das tonturas tem origem neurológica, como por exemplo, tumores que envolvam o próprio labirinto ou os nervos que saem dele, além de doenças degenerativas.
• Uma pancada forte na cabeça pode afetar o labirinto. Um trauma acústico também – por exemplo, se uma pessoa ficar próxima de uma caixa acústica potente poderá ter tontura. Outro tipo de lesão é o barotrauma, que é ligado a pressão no interior do corpo. O problema pode ocorrer ao decolar no avião ou durante um mergulho na água.
• Alguns medicamentos têm a tontura como efeito colateral. Por isso, é importante questionar o médico sobre as reações adversas dos remédios.
• Problemas visuais, como distúrbios de refração (como miopia, hipermetropia, astigmatismo), e alterações na pressão intraocular podem dar a falsa sensação de movimento, causando tontura.
• Arritmias, hipertensão e alterações dos vasos que levam o sangue para o ouvido, como é o caso da aterosclerose, alteram o fluxo de sangue que vai até o labirinto.