Um estudo realizado por pesquisadores americanos mostrou que os sintomas mais comuns são inchaço, coceira, cicatriz e vermelhidão no local do desenho. Os problemas duram de poucos meses a anos, ou ainda, até que a tatuagem seja totalmente removida com procedimento cirúrgico ou com o método a laser.
A ideia do estudo surgiu de Marie Leger, dermatologista e pesquisadora da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. A médica notou que muitos pacientes apareciam em seu consultório com queixas relacionadas a tatuagens. Marie, então, reuniu outros dermatologistas e o grupo passou um tempo no Centro Park para entrevistar pessoas que haviam sido tatuadas.
Os resultados mostraram que cerca de 10% relataram algum tipo de complicação com suas tatuagens. Na maioria dos casos os sintomas eram simples, como infecções bacterianas, inchaço e coceira. Porém, cerca de seis em cada dez destas pessoas sofreram com problemas crônicos que duraram por anos e só passaram depois de avaliação médica.
“Eu não sou contra tatuagens. Mas as pessoas precisam estar cientes dos riscos envolvido no processo”, disse Marie. De acordo com a dermatologista, muitos fatores podem estar relacionados a estas complicações, desde problemas com a tinta, a higiene do local e até mesmo uma reação imunológica ao procedimento. “Na verdade é muito variável, tem pessoas que têm tendência a ter cicatrizes, queloides e a tatuagem é um trauma, são várias perfurações na pele, por isso vai depender da pessoa e também do local e suas condições de higiene, por isso é preciso ser bastante cuidadoso para não causar nenhuma infecção”, afirmou a médica dermatologista de Fernandópolis Ane Beatriz Mautari Niwa Massaki.
Segundo ela, os tratamentos vão de anti-inflamatórios a cirurgias a laser para remover as camadas da pele afetadas pela tatuagem. “Pessoalmente não sou a favor, não faria em mim, mas também não sou contra. É algo quase que definitivo até porque existem métodos para remoção, no entanto, são difíceis e demorados, não prometem 100% da remoção do desenho. Implica muito esse lado do arrependimento e como sempre digo aos pacientes, é mais dolorido tirar do que fazer”, lembrou.
A dermatologista explicou que, para a remoção da tatuagem, pode ser feito um procedimento cirúrgico da remoção da pele, quando o desenho é pequeno, ou ainda o método mais utilizado atualmente que é a aplicação do laser, que segundo Ane, causa menos efeitos colaterais. Ambas não prometem a remoção total da tatuagem e no caso o laser é o mais demorado já que pode levar até 10 sessões com intervalo de 30 a 60 dias entre cada sessão.
A médica relatou que uma paciente apresentou um tipo de reação alérgica a uma tatuagem, especificamente coma cor vermelha, e por relutância em fazer o procedimento adequado, o tratamento paliativo foi feito com pomadas. “A paciente que teve reação alérgica, bem delimitada ao pigmento vermelho, foi orientada a fazer uma biópsia de pele, que implica na retirada do fragmento para examinar e confirmar o diagnóstico de reação alérgica ao pigmento, mas ela não quis fazer e então iniciamos o tratamento com pomada para diminuir essa inflamação. No entanto, o ideal seria fazer um tratamento depois para remoção do pigmento, pois a pomada não resolve. Ajuda, mas não resolve. Melhora, mas volta”, frisou.