A depressão afeta 350 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, e é mais prevalente entre mulheres. No Brasil, cerca de uma em cada dez pessoas sofrem com o problema. Embora seja uma doença comum, a moléstia carrega estigmas que dificultam seu diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento adequado.
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que os casos de depressão cheguem a 25 milhões, nas manifestações leve, moderada e severa. A OMS refere que em 2030, esta será a principal doença no mundo. A psicóloga Vilma Beatriz Croco Oliveira explica algumas questões sobre o transtorno e o CIDADÃO apresenta oito sintomas recorrentes da patologia, considerado “o mal do século”.
A descrença da maioria e descaso com a doença contribui para sua manifestação?
Sem dúvida alguma, a descrença e descaso contribuem largamente para a propagação da doença, uma vez que os sintomas e manifestações podem se assemelhar ao de outras moléstias, sendo facilmente confundidos, caso não haja o diagnóstico adequado.
Alguns dizem que depressão é doença de gente rica, gente fresca, etc. Percebe que as pessoas tem dado maior atenção à moléstia após os casos aumentarem absurdamente?
Sim, há uma atenção maior aos casos, uma vez que a pessoa acometida pela depressão não consegue manter sua vida em ritmo normal, sentindo-se muitas vezes impedida de frequentar a escola, cumprir suas rotinas de trabalho ou fazer outras atividades rotineiras.
Qual a recomendação para quem apresenta algum sintoma como cansaço, perda de sono, falta de interesse em coisas prazerosas dentre outros?
A recomendação é buscar um profissional da área da saúde mental preferencialmente, psiquiatra ou psicólogo. Será fundamental para o diagnóstico preciso e rápido, porque a depressão é realmente incapacitante. Por isso é importante fazer um tratamento psicológico para superar a depressão, não apenas tomando a medicação. A terapia é que vai auxiliar a pessoa a enfrentar seus desafios diários e a encontrar novas e mais positivas formas de agir. Além disso, oriento as pessoas a dialogarem com membros da família ou outras pessoas em quem confiem, pois a solidão certamente piora a depressão.
É possível inibir a propagação da doença de imediato?
Os cuidados preventivos com si mesmo podem ajudar uma pessoa a prevenir a depressão ou contribuir para o seu tratamento. A prática de atividade física, a regularidade do sono, além de não consumir álcool e drogas (substâncias psicoativas) ajudam a minimizar os sintomas da doença.
CONHEÇA 8 SINTOMAS
DA DEPRESSÃO:
Alteração do humor
O principal sintoma da depressão é o humor deprimido, que pode envolver sentimentos como tristeza, indiferença e desânimo. Todos esses sentimentos são naturais do ser humano e nem sempre são sinônimo de depressão, mas, se somados a outros sintomas da doença e persistirem na maior parte do dia por ao menos duas semanas, podem configurar um quadro de depressão clínica.
Desinteresse por coisas prazerosas
Perder o interesse por atividades que antes eram prazerosas é outro sintoma importante da depressão. O desinteresse pode acontecer em diferentes aspectos da vida do indivíduo, como no âmbito familiar, profissional e sexual, além de atividades de lazer, por exemplo.
Problemas relacionados ao sono
Pessoas com depressão podem passar a dormir durante mais ou menos tempo do que o de costume. É comum que apresentem problemas como acordar no meio da noite e ter dificuldade para voltar a dormir ou sonolência excessiva durante a noite ou o dia.
Mudanças no apetite
Pessoas com depressão podem apresentar uma perda ou aumento do apetite passando a consumir muito açúcar ou carboidrato, por exemplo.
Perda ou ganho de peso
Mudanças significativas de peso podem ser uma consequência da alteração do apetite provocada pela depressão por isso, são consideradas como um dos sintomas da doença.
Falta de concentração
Em muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo perde o rendimento no trabalho ou nos estudos.
Cansaço
Diminuição de energia, cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas com depressão, mesmo quando elas não realizaram esforço físico.
Pensamentos recorrentes sobre morte
Em casos mais graves, pessoas com depressão podem apresentar pensamentos recorrentes sobre morte, ideação suicida ou até tentativas de suicídio.
