Falar de idade nunca foi algo tão simples. A sociedade moldou ao longo da história um estereótipo vexatório sobre envelhecer. Se antes muitos homens relaxavam após “estar com filhos criados” – missão do patriarca, no modelo tradicional da família – hoje em dia, a maioria percebeu que há muito a se aproveitar na vida após tirar este peso dos ombros. Com avanços na medicina, diminuição do preconceito em se cuidar, eles vivem mais e comprovam que a velhice não passa de uma “coisa da cabeça”.
Especialista em Geriatria e Gerontologia há cinco anos, formado pela Unicastelo de Fernandópolis, o médico Fernando Marques Ferreira fala sobre a missão de proporcionar um envelhecer de forma saudável.
Quais os cuidados básicos para um envelhecer saudável?
Já pensar em prevenção e promoção de saúde, a partir de qualquer idade, pois todos vamos envelhecer, desde gestos simples como atividade física regular, hidratação e uso correto dos medicamentos, hábitos alimentares saudáveis, exames físicos e complementares de rotina, para que se previna de doenças de início precoce que possam ser evitadas.
O trabalho de avaliação clínica requer uma atenção especial a fatores psicológicos e sociais. Todo geriatra precisa ser um pouco psicólogo para entender o paciente?
Não digo psicólogo, mas sim saber ouvir o paciente no seu tempo, e realmente os problemas que este paciente está tendo. Às vezes o problema pode ser mais emocional do que físico, por isso uma anamnese um pouco mais lenta e mais detalhada, envolvendo vários aspectos, nos trará um diagnóstico mais correto e preciso.
Verdade ou mito: consultas com geriatras são geralmente mais demoradas que nas demais especialidades? Por quê?
Porque cada detalhe é muito importante, por isso, você tem que saber ouvir o paciente em todos os aspectos físico, sócio econômicos, emocionais e familiares, e um detalhe que muda o seu diagnóstico.
Existe uma idade específica para procurar um profissional desta área?
Nós consideramos idosos pacientes acima de 60 anos, mas a prevenção e promoção de saúde e orientada a partir dos 30 anos.
Qual a área de atuação mais importante: prevenção, ambientação, reabilitação ou cuidados paliativos?
Todas as áreas acima são muito importantes. Em qualquer fase que o paciente estiver, ele tem que ter os cuidados e orientações necessárias para aumentar e viver o maior tempo possível sem comodidades, ou patologias precoces que possam ser evitadas, ou que estas sejam acompanhadas e tratadas da melhor forma possível para o paciente, desde a prevenção como vacinas, queda da própria altura ou reabilitação física e neurológica. São fatores primordiais para qualquer paciente , principalmente o paciente idoso, para que ele tenha uma qualidade de vida plena e independência física, social e mental o maior tempo de vida possível.
