Ficar com o corpo perfeito não é tarefa fácil. No entanto, a busca por ele se torna cada vez maior visto a gama de alimentos da moda rotulados como “fitness” e a facilidade na busca pela informação nas mídias digitais sobre dietas milagrosas. No entanto, a falta de informação correta e a relutância em procurar um profissional nutricionista, acarreta em uma dieta frustrada, sem resultados e até mesmo no efeito inverso, ou seja, o ganho de peso.
Um estudo recentemente feito por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, mostrou que as pessoas tendem a comer uma quantidade maior de produtos “fitness” e se exercitam menos após consumi-los, pois creem que o alimento pode substituir o exercício.
Comercializados como alternativas saudáveis para lanchinhos rápidos, os alimentos “fitness” - barrinhas de cereais, frutas secas ou proteínas e bolachas - que contenham tal rotulagem podem encorajar o consumo exagerado desses produtos e fazer com que as pessoas se exercitem menos.
Os resultados mostraram que, a menos que determinado alimento tenha sido proibido pela dieta, quando ele tem um rótulo “saudável” ou “fitness”, as pessoas tendem a consumí-lo em maior quantidade e a praticar menos exercícios depois de sua ingestão. De acordo com os autores, isso ocorre pelo fato de esses alimentos passarem uma falsa sensação de segurança ao consumidor.
“A busca pelo corpo perfeito, a imposição da mídia ao padrão de beleza e a busca pelo imediatismo fazem com que as pessoas acreditem em informações nem sempre verídicas. Acham que vão favorecer e acabam atrapalhando. O enfoque é usado em cima do marketing, mas cada um tem sua regulação. É bom saber sempre o que é diet e light antes de consumir algum alimento. Os diets são indicados para indivíduos diabéticos, tem restrição de açúcar, adição maior de gordura e é contraindicado para quem quer perder peso. Já o light é indicado para redução de 25% a 50% de gordura, mas se consumido em grandes quantidades não é benéfico. O ideal é observar os rótulos, a composição, ingredientes, se tem itens integrais realmente como aveia, chia e amaranto. É bom analisar no rótulo também se há corantes, conservantes e xarope de milho, rico
em frutose, que são inimigos de qualquer dieta”, explicou a nutricionista Silmara Saran Ferreira.
Ela destacou ainda que falta bom censo na hora de divulgar informações, o que induz o consumidor ao erro. “As pessoas acreditam em quase tudo que leem, promessas de perda de peso em dietas milagrosas, mas cada pessoa tem uma necessidade peculiar. Uma receita não pode ser indicada para todas as pessoas de forma generalizada. O único profissional preparado para contribuir com o processo de perda de peso de forma saudável é o nutricionista. Ele que vai analisar, avaliar e adequar uma dieta de acordo com suas necessidades individuais. O nutricionista fará uma avaliação clínica, identificando seus hábitos, a saúde, o que gosta de comer, uma avaliação física de biopedância (composição corporal), identificando o estoque de gordura e de massa muscular magra, uma análise bioquímica com exames para identificar carências e necessidades nutricionais, elaboração do plano alimentar, acessibilidade a adquirir e preparar a alimentação e prescrever suplemento caso não consiga o resultado apenas com a alimentação”, disse ela, que não indica os tais alimentos “fitness” aos seus clientes.
Segundo Silmara, estes alimentos podem ser consumidos de forma moderada, como uma válvula de escape em alguns casos. “O correto é moderar em tudo. Preferir alimentos frescos. Os industrializados como barrinhas de cereais, por exemplo, devem ser utilizados pontualmente, caso não tenha dado tempo de comer antes de sair de casa, ou coisa do tipo. A barrinha vai servir como alimentação e fornecer energia. Esta é a forma correta de utilizar estes alimentos. O que faz mal é o excesso, é fazer disso a solução para conseguir o objetivo, esse é o problema”, ressaltou.
