Maior “entrevistador” de Fernandópolis dá dicas para se dar bem na entrevista de emprego

20 de Agosto de 2025

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Maior “entrevistador” de Fernandópolis dá dicas para se dar bem na entrevista de emprego

Está nos seus planos mudar ou conseguir o primeiro emprego neste segundo semestre? Saber que tipo de informação o recrutador está realmente em busca quando faz cada pergunta na entrevista de emprego pode ajudar. Por isso, CIDADÃO entrou em contato com o responsável pelo maior “entrevistador” de Fernandópolis – se é que pode ser descrito assim-, para saber os principais erros cometidos pelos candidatos às vagas de emprego e as perguntas mais frequentes na hora da entrevista de emprego. Evaldo Botazzo é o analista de RH (Recursos Humanos) da Alcoeste Destilaria Fernandópolis S/A (grupo Arakaki) – maior geradora de empregos de Fernandópolis (1.228) -, e atua no setor de recrutamento e seleção desde 2010.

Botazzo, que é graduando em Psicologia, afirma que chega a realizar até oito entrevistas de emprego por dia, uma média de 500 entrevistas por ano, levando em consideração que a demanda de maior volume se dá nos três primeiros meses do ano, no período da entressafra. “É difícil mensurar um total, mas fico praticamente toda a parte da manhã fazendo entrevistas. Do mês de abril para frente, quando começa o período de safra diminui bastante. Ainda assim, sempre há entrevistas por substituição e outras ocorrências”, contou Evaldo, que atua na empresa desde 2007.

Segundo ele, um dos pontos que mais atrapalham o candidato na hora da entrevista é o mesmo que ele próprio sentiu na pele em sua primeira experiência como entrevistado. “Minha primeira entrevista foi em 1997 em uma metalúrgica. Fui entrevistado pelo dono da empresa e, além de ir despreparado, estava muito ansioso. Por sorte ele focou apenas na parte prática da coisa, perguntando se eu daria conta de tocar a folha de pagamento. Não foi tão assustador como imaginei e graças a Deus deu certo. Mas, essa ansiedade e nervosismo ocorrem frequentemente, pois a maioria realmente precisa do emprego e, por isso, tentamos sempre passar o máximo de tranquilidade possível para o entrevistado para que ele consiga transmitir as informações claras e de maneira sincera”, explicou o analista, lembrando que muitos chegam a se emocionar no momento da entrevista.

Questionado sobre as perguntas chaves feitas por ele, Evaldo elencou cinco pontos cruciais que norteiam as entrevistas, mas lembrou que a variável é muito grande no que tange o entrevistado e o cargo pleiteado. “Eu diria que as cinco principais são: qual o seu objetivo na empresa? Qual sua experiência profissional? Qual sua capacitação? Quais suas principais habilidades? E o por que é importante trabalhar na empresa? Creio que esta seja a temática da entrevista, mas são várias perguntas para que possamos conhecer a pessoa e observação o quão preparada ela está para assumir determinada função”, explicou.

No entanto, a maioria dos deslizes não ocorre quando o entrevistado está frente a frente com o “entrevistador”, mas sim, no primeiro passo para quem pleiteia uma vaga de emprego: o currículo. “Posso afirmar que 80% dos currículos não trazem as informações essenciais e, tampouco, objetivas. A maioria coloca dados excessivos como número do CPF, RG e se esquecem do primordial, que é o objetivo dentro da empresa, qual cargo ele deseja ocupar. Talvez por serem mal orientados, os candidatos colocam como objetivo uma frase pronta, muitas vezes copiada da internet”, destacou.

Evaldo Botazzo deu algumas dicas básicas para elaboração de um currículo simples e objetivo. Confira:

-Nome, endereço, etc...

-Telefone para contato, pelo menos três/e-mail

-Objetivo

-Formação acadêmica

-Experiência profissional (função, tempo de serviços, breve descrição da função exercida)

-Cursos da área/habilitação (CNH, registro em Conselho)

Informações adicionais (idiomas, disponibilidade de horário, mudança de cidade, pretensão salarial)

As 10 perguntas mais frequentes em entrevistas de emprego:

Por que você escolheu essa carreira?

A resposta para esta pergunta geralmente deixa claro para o empregador se o candidato tem mesmo aptidão para o trabalho.

Qual é o motivo de ter saído da última empresa?

Se houve demissão, é importante ser claro e honesto sobre os motivos pelos quais acredita ter sido afastado da empresa. Recrutadores sabem que reestruturações existem, e o candidato não precisa ter medo de ser discriminado por ter saído em um corte.

Quais foram os seus principais desafios profissionais?

A pergunta busca esclarecer como o candidato reage diante de situações adversas. Por isso, seja sincero e não exagere na resposta.

Já ocupou cargo de liderança?

Mesmo que essa informação já esteja no currículo, o gestor espera que o candidato discorra sobre suas habilidades para lidar com outras pessoas e sua disposição para liderá-las.

Por que trabalhar aqui é importante para você?

A intenção é descobrir se o candidato está realmente interessado na vaga e se está bem informado sobre o trabalho na empresa.

O que avalia ser um projeto ideal?

A resposta para esta pergunta dá pistas ao recrutador do que realmente motiva o candidato.

Como era o relacionamento com seus colegas de trabalho?

A ideia aqui é avaliar a capacidade de adaptação do candidato aos diferentes tipos de personalidade que compõem o ambiente profissional.

Como se saiu na última avaliação de desempenho?

Conhecer o compromisso do candidato com resultados é o que está por trás dessa pergunta.

Como foi seu pior dia de trabalho?

O objetivo aqui é descobrir como o candidato lida com situações adversas.

O que motivou suas últimas mudanças profissionais?

Responder a essa pergunta apenas com motivações financeiras – um salário maior, por exemplo – não cai bem. Geralmente, os recrutadores querem conhecer também as motivações profissionais.

Fonte: Revista Veja