Jornalista fernandopolense terá trabalho debatido no Intercom

20 de Agosto de 2025

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Jornalista fernandopolense terá trabalho debatido no Intercom

A jornalista fernandopolense Andresa Oliveira terá um de seus trabalhos acadêmicos debatido no XX Congresso de Ciência da Comunicação na Região Sudeste, promovido pela Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. O evento será iniciado no próximo dia 18, em Uberlândia/MG.

O evento tem como objetivo estimular pesquisas científicas entre estudantes, recém-formados, doutores e mestres em Comunicação, além de reconhecer seus projetos e esforços através de premiações. Outra grande preocupação da Intercom é a disseminação dessas pesquisas e projetos de maneira que eles atinjam as várias áreas do conhecimento.

O trabalho da fernandopolense traz o seguinte tema: “Jornalismo independente e novas narrativas: um olhar sob a série Amazônia Pública”. Em entrevista ao CIDADÃO, Andresa, que se formou na FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis – e trabalha em uma agência de comunicação da cidade, explicou sobre o seu trabalho e sua motivação na produção do material.

Por que decidiu mandar seu trabalho para o Intercom? Já esperava que ele fosse aceito?

Quem pretende seguir a carreira acadêmica sempre deve participar de congressos e produzir artigos científicos para publicação. Apresentar trabalhos científicos em um evento como o Intercom é um modo de mostrar aos outros pesquisadores os resultados da pesquisa. Durante a apresentação, acontece uma troca de discussões muito rica que contribui positivamente para futuros trabalhos. Quanto ao aceite, sempre há uma insegurança. A Intercom Sudeste recebe artigos de acadêmicos de muitos estados, e de muitas universidades públicas. Então, o nível de dificuldade é sempre grande - ainda mais quando se trata de uma divisão temática (DT), na qual mestres e doutores participam.

Você acabou de mencionar que pretende seguir a carreira acadêmica. Quando descobriu que essa era a sua vocação?

Desde a graduação. Gosto muito de pesquisar e acredito que a academia tem muito a contribuir com a prática do jornalismo. O lado prático da profissão é importante, claro, mas estar em contato com a pesquisa possibilita o conhecimento das mudanças no campo da comunicação, o comportamento do público, entre outros fatores. Acredito que o conhecimento acadêmico ajuda a entender essas mudanças e dessa forma contribui para a prática profissional e na formação dos futuros jornalistas.

O jornalismo, aliás, como você bem disse, parece ser uma ciência em constante transformação. Estudos como o seu visam - além de contribuir para a pratica profissional e formação de novos jornalistas - compreender os motivos de tanta mudança?

Sim. O meu trabalho tem como abordagem a prática do jornalismo pelos veículos de mídia independente, com um olhar sob a série de reportagens Amazônia Pública, da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Nele, faço uma análise do uso da grande reportagem na Internet. Por muito tempo, o jornalismo de Internet pautou-se por uma prática mais enxuta. Esses veículos fazem ao contrário, já que estão investindo em reportagens cada vez mais investigativas e aprofundadas. Além disso, faço uma reflexão sobre como essas reportagens são construídas, já que existe uma forte humanização na narrativa. Esse modelo que a agência Pública tem utilizado apresenta uma grande transformação no modelo de jornalismo que habitualmente estamos acostumados a ver na Internet. A série em si dá uma grande aula de jornalismo: desde como fazer uma apuração até a forma de redigir a reportagem.

Você se formou na Fundação Educacional de Fernandópolis. O que tem a dizer sobre a qualidade de ensino da instituição e os recentes escândalos que ela protagonizou?

Eu acredito que a FEF é uma instituição com uma excelente qualidade de ensino. Falo isso pela infraestrutura física, pelo corpo docente e por todas as atividades que são desenvolvidas lá dentro. Como ex-aluna, lamento que a qualidade da faculdade seja ofuscada por tantos escândalos. Tenho muito carinho pela FEF, espero que esses problemas sejam resolvidos.