De acordo com o dicionário da língua portuguesa, a palavra “fé” é definida como uma adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro; um sentimento de quem acredita em determinados ideais ou princípios religiosos; estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo.
Já para o gerente administrativo da unidade de prevenção do Hospital do Câncer de Barretos, em Fernandópolis, Leonardo Crociari, a palavra fé é a explicação de coisas que seriam humanamente impossíveis de explicar.
Teoria aparentemente confusa, porém, facilmente exemplificável quando acontecem fatos como o que possibilitará a implantação da ala de prevenção contra o câncer bucal na unidade fernandopolense.
Pela ondem. Em dezembro de 2014, Leonardo elencou algumas metas para serem cumpridas pelo hospital que gerência, durante o ano vindouro. A primeira dessas metas seria a implantação de mais uma especialidade logo no início do ano.
De posse de números do próprio HC, concluiu que se fazia necessário tomar uma providência em relação ao câncer bucal e iniciou o levantamento de custos para concretizar tal feito. Ao fim desse levantamento, chegou-se ao montante de R$ 20 mil.
“O melhor orçamente que tive foi de R$20 mil. Então eu teria duas opções: ou eu fazia uma solicitação à Barretos ou tentava arrecadar esse recurso de alguma outra maneira. Como conheço bem a realidade de Barretos, decidi arregaçar as mangas e tentar conseguir pelo menos um pouco desse valor por aqui”, contou Leonardo.
Leonardo então começou a contatar possíveis doadores e encontrou em uma fernandopolense, que prefere não se identificar, parte do auxilio que precisava.
“Essa pessoa, que não gosta de aparecer, é fantástica. Assim que iniciamos os trabalhos aqui, tínhamos um sério problema, porque a unidade não possuía veículo próprio. Ela ficou sabendo disso e doou um de seus veículos para que pudéssemos utilizar. Outra vez, precisava de R$ 40 mil para inaugurar outra ala e ela disponibilizou esse valor de forma integral para possibilitar isso. Agora, assim que a procurei, já disponibilizou R$ 10 mil para esse novo projeto”, destacou Crociari.
Portanto, ainda faltavam R$ 10 mil. Certa feita, segundo Leonardo, apareceram dois homens na unidade querendo fazer uma doação ao hospital. Tratavam-se de Ronaldo Cesar e Mineirinho. Ambos organizaram o 1º encontro de Cowboys de São João das Duas Pontes e tiveram como renda do evento a quantia de R$ 1.193,55.
“Eles chegaram aqui na unidade com um cheque em mãos e disseram que queriam fazer uma doação ao hospital. Disse a eles que não poderia receber a doação em mãos e passei os dados bancários para que os mesmos efetuassem o depósito. Alguns dias depois, quando já estava pensando que eles haviam dado outra destinação ao montante, doado para outra entidade ou coisa assim, o Ronaldo me ligou e pediu para que eu buscasse o comprovante do depósito”, completou.
Porém, ainda eram apenas R$11.193,55, o que não era o suficiente para conclusão do projeto. Eis que então surgiu a AVCC – Associação dos Voluntários no Combate ao Câncer -, de Fernandópolis, que decidiu doar 50% da renda obtida na tradicional quermesse ao HC.
“Fiquei surpreso quando vi o cheque que os voluntários da AVCC trouxeram. Pasmem: R$8.809,40. Com esse valor chegamos aos exatos R$20mil que precisávamos. Não acredito em coincidências, mas sim em ‘Jesuscidência’. Isso foi providência divina”, concluiu o administrador.
A NOVA ALA
Segundo Leonardo, o pedido pelos equipamentos já foi feito. Eles devem chegar à unidade até terça-feira e todo processo de montagem e instalação da ala deve ser concluído até o começo de maio.
