Maioria dos bikers em Fernandópolis é adepta da modalidade montain bike
Acordar logo que o sol nasce, pegar a tralha, colocar a bike no carro (ou carretinha) e partir para o “rolê”. Essa tem se tornado a rotina de vários fernandopolenses que têm aderido ao ciclismo, um dos esportes que mais cresce em todo mundo e que tem expandido meteoricamente em Fernandópolis.
Em busca de um esporte com muita adrenalina que alia bem estar e saúde, muitos tem deixado até as tradicionais “peladas” do final de semana para andar de bike com os amigos, e literalmente, as chuteiras têm sido substituídas pelas sapatilhas.
“Eu já havia tentado de tudo, futebol, tênis e nada dava certo. Aí um amigo, Sérgio Ribeiro, que trabalha comigo comprou uma bicicleta e me convidou para andar também. Daí comprei uma simplesinha, aro 26, para mim e outra para minha esposa e não paramos mais”, disse o empresário Valdinei Antônio Tiso, 45, que pedala desde 2013 e de lá para cá já trocou de bike três vezes.
O ciclismo possui várias modalidades, porém, as principais são: Speed, Mountain Biking e passeio. Dentre estas, a mais praticada é a Montain Biking, no Brasil chamada de Montain Bike, que como já diz no nome “bicicleta de montanha”, é a modalidade onde os bikers procuram, via de regra, estradas de terra onde o objetivo é transpor percursos com diversas irregularidades e obstáculos.
Esta modalidade surgiu na Califórnia no meio da década de 1950 através de brincadeiras de alguns ciclistas e de alguns surfistas que procuraram desafios bem diferentes das competições de estrada tradicionais e atividades para dias sem ondas. Um dos primeiros nomes que apareceram foram James Finley Scott, "provavelmente" a primeira pessoa a modificar uma bike exclusivamente para andar na terra, em 1953. Ele utilizou um quadro para passeio schwinn, pneus largos, conhecidos como balão, guidão reto, travões cantilever e desviadores traseiros e dianteiros.
Em Fernandópolis existem aproximadamente 300 ciclistas, a maioria adepta da Montain Bike. Só no grupo em que o empresário Tiso participa são 150 bikers. Ele conta que os benefícios de ter aderido ao esporte vão além de ter perdido nada mais, nada menos que 16kg. “Minha resistência aumentou, minha vitalidade, disposição para tudo e a satisfação aos finais de semana, porque é a nossa maior distração e lazer”, destacou ele que ainda mudou seu cardápio substituindo boa parte da carne por frutas. A informação da alteração na alimentação pode ser comprovada no momento da entrevista, quando nos deparamos com frutas já fatiadas em tapeweres em sua mesa de trabalho no momento da entrevista.
Tiso, que começou a andar pelas avenidas da cidade com pneus da modalidade Speed em sua bike, hoje pratica o ciclismo de segunda a domingo. “Em dias de semana andamos 40km em média, já aos finais de semana andamos o dobro, geralmente na estrada do Coqueiro, indo até Meridiano”, disse Valdinei, que se não fosse a chuva do último final de semana, teria ido ainda mais longe, num trajeto até São José do Rio Preto em um grupo de seis amigos.
Segundo ele, nas andanças de bike ao longos dos quase três anos na vida de biker, a passagem mais marcante, e também o percurso mais longo foi feito em abril de 2014, no tradicional “Caminho da Fé”, pedalando de Águas da Prata até Aparecida do Norte, cerca de 340km em quatro dias.
Visto o crescimento eminente de adeptos ao esporte saudável e prazeroso, os irmãos e empresários Aleúdson Marques de Oliveira e Iramaia Cristina de Oliveira Lopes juntamente com a mãe Isabel Baroni de Oliveira já pensam em promover um evento específico da modalidade. “No domingo, 8, nós realizamos um passeio ciclístico que arrecadou 500 litros de leite à Santa Casa e foi um sucesso com cerca de 120 participantes percorrendo as ruas de Fernandópolis. Mas, temos o desejo de realizar um evento específico aos montain bikers. Temos um projeto a médio prazo e queremos realizá-lo este ano. Será em uma trilha mas como será exatamente ainda não sabemos. Estamos reunindo as ideias para colocar o projeto no papel e realizá-lo”, contou Iramaia.
E para iniciar no esporte que está envolvendo pessoas de todas as idades, do “mamando ao caducando”, não é tão barato assim. Para sair da bicicletaria pedalando, o iniciante terá que desembolsar, no mínimo, R$ 960 em uma bike “básica”. Na Bicicletaria Monarke, por exemplo, a bike mais cara para Montain Bike chega a R$ 4,3 mil. É uma exemplar da marca Soul, com grupo Xhimano Deori, freio a disco hidráulico, 30 velocidades, quadro SL S29 19’ e suspensão.
Além da modalidade emergente, de maneira geral o ciclismo tem se expandido em virtude não somente dos benefícios à saúde mas também pela facilidade de locomoção em um trânsito cada vez mais caótico pelo excessivo número de automóveis. Atualmente as bicicletas tem voltado à moda, e de 2013 para cá, no “boom” das bikes, as vendas aumentaram consideravelmente.
Com as tradicionais Monarks mais antigas”, também chamadas de “monarkonas”, de quadro com barra circular, aro 72, cubo de rolamento, manetes de alumínio e guidom de moto 150cc, alavancando o comércio de bicicicletas, o número de bikes vendidas na Bicicletaria Monark saltou de 30 para 60 a cada mês, de 2008 para cá, vendendo até mesmo pelos aplicativos de mensagem instantânea, como, por exemplo o “Whatsapp”.
Em virtude da mudança do perfil dos clientes, destas 60 bikes vendidas, atualmente cerca de 10 são as famosas “aro 29”, as mais utilizadas na modalidade Montain Bike.
Para aqueles que ainda não descobriram qual o esporte para o qual levam mais jeito, o ciclismo, especificamente a Montain Bike é uma boa opção de lazer e qualidade de vida.