Por enquanto poucos o conhecem, mas Fernandópolis tem sido muito bem representada no âmbito artístico em rede nacional. Integrante do elenco de “Experimentos Extraordinários”, série transmitido pelo Canal Futura e pelo Cartoon Network, Mateus Pigari Freitas, 21, tem chamado a atenção com boas atuações nesta que é também a primeira produção brasileira em live action – ou dramaturgia- do Cartoon Network.
Na série, que vai ao ar de segunda à sexta-feira no Canal Futura (com reprise às 19h) e aos sábado no Cartoon Network, às 10h (com reprise às 23h), o ator fernandopolense interpreta Frederico, um comilão estabanado, mas que serve como um excelente faz-tudo na equipe.
A história (uma ficção no estilo “sitcom”) é de um cara (Iberê) que acaba de ser contratado como diretor de um programa de TV sobre experimentos. Mas ele descobre que a tarefa não é fácil. Ainda mais quando o apresentador é Valentino (Rodrigo Audi), um ator falido que se acha a última bolacha do pacote.
Iberê planeja contar com uma equipe de profissionais supercapacitados para cumprir a missão. Mas não é bem assim. Úrsula (Bia Borin), a dona da emissora e chefe linha-dura, já cuidou dessa questão e contratou quatro adolescentes inexperientes e atrapalhados para serem os ajudantes. A série, que tem 26 episódios de meia hora, foi gravada em São Paulo entre fevereiro e julho de 2014.
Filho do técnico mecânico Sérgio Longuinho Freitas e da professora de Inglês Rosângela Pigari, Mateus deixou Fernandópolis aos 17 anos rumo a capital paulista para estudar Teatro. Em sua terra natal ele lutava Judô e estudava no Colégio Anglo. Já espantado com o reconhecimento pelas redes sociais, com várias solicitações de amizade – de pessoas dos quatro cantos do país – o jovem ator concedeu uma entrevista ao CIDADÃO e falou um pouco da carreira e das metas para 2015.
Como analisa atualmente sua carreira como ator?
Tenho muito o que aprender a amadurecer. Esse ano minha meta é focar no meu trabalho técnico como ator.
Já se sente um fernandopolense de sucesso?
Não, muito pelo contrário, estou trabalhando muito para conseguir as coisas. Esse ano sinto que tenho o mundo pela frente.
Quando você realmente teve a noção da notoriedade do seu trabalho na televisão? Vivenciou essa expressividade na prática?
O reconhecimento que eu tenho (que eu considero o melhor tipo de reconhecimento), é ao final de um trabalho quando a direção, os atores e a parte técnica em geral dizem: “Obrigado, fizemos um bom trabalho”.
Qual a sensação de receber tantas solicitações de amizade em redes sociais sendo tão jovem?
As solicitações nas redes sociais eu imagino que sejam as crianças que assistiram ao programa, viram os nomes nos créditos e pesquisaram os atores.
Quando notou que tinha talento como ator?
Desde que eu saí de Fernandópolis até hoje nunca me considerei um ator talentoso. Quando novo tive ótimas referências artísticas dos meus pais, minha mãe tem um acervo de livros e um gosto cinematográfico ímpar. Assim como meu pai, um amante da boa música.
Qual sua primeira atuação em Fernandópolis?
Em 2005 numa peça do Colégio Anglo.
De onde partiu o convite para participar do seriado?
Um agente que me conhece mandou meu material para produção e fui chamado para uma bateria de testes, até ser aprovado.
Qual a área de atuação que mais lhe causa prazer?
O teatro clássico, que exige um trabalho sublime com a alma e um compromisso com a arte.
Pensa em atuar em novelas? E no cinema?
Tenho um amor incondicional pelo cinema desde que me conheço por gente, fazer filmes é não só um objetivo como um sonho.
Em Fernandópolis, qual ou quais foram seus maiores incentivadores?
A aceitação dos meus pais é algo que me impressiona até hoje. Quando disse que ia para São Paulo estudar teatro houve uma vociferação da parte de muitos colegas e conhecidos, mas meus pais acreditaram e confiaram em mim. Se eu devo crédito a alguém, sem dúvida é para eles.
Qual a temática do seriado e qual seu cunho educativo?
Tudo gira em torno das experiências do Iberê Thenório, mas o que é pouco comentado é a relação didática e carismática entre o Iberê e os outros personagens, que são arquétipos emblemáticos da nossa juventude. Quem não tem uma amiga doida, um primo nerd, uma colega de classe estressada? E qual sala de aula não tem um Frederico? E os vilões que possuem defeitos tão humanos que pendem mais para o ridículo do que para a maldade?
A cobrança por parte dos diretores do seriado é grande?
Nós atores tivemos muita sorte com toda a equipe técnica, o diretor geral nos acompanhou no processo inteiro, desde a preparação de elenco. Tínhamos semanas de ensaio com o diretor do episódio, o diretor de fotografia, o roteirista chefe e a primeira e segunda assistente de direção que não só facilitavam a comunicação entre os atores como nos davam um direcionamento para transpor as cenas do roteiro para a cena. Existia uma exigência muito grande dos diretores (que eu considero absolutamente necessária) para que a série não fugisse do formato e virasse uma bobageira.
Você já participou de comerciais de televisão como, por exemplo, da rede Mc Donalds. Como foi esta experiência?
Foi incrível ter gravado na Venezuela, ter conhecido o roteirista argentino Armando Bo, que nos dirigiu, e revê-lo recebendo o Globo de Ouro na televisão essa semana pelo filme Birdman.
Qual você julga ser seu ponto forte como ator?
Minha paixão pelo teatro, cinema e pela arte. Meu maior prazer na vida é o meu trabalho.
Qual conselho você dá paraaqueles que estão começando agora no teatro fernandopolense ou algo que fez de errado e que não faria novamente?
Nunca é demais estar bem preparado, estude bastante e trabalhe duro. Eu gostaria de ter me esforçado mais na época do colégio, perdi muito tempo com bobagens.
Quais seus planos para carreira profissional?
Não estou fazendo planos concretos, acho que na minha idade o melhor a fazer é estudar e se aperfeiçoar como ator.
Qual seu maior sonho?
Estou sempre mudando de objetivo, mas eu quero sempre ter trabalhos e bons papéis.
Do que sente saudades em Fernandópolis e que não possui na capital paulista?
Sinto muita saudade da minha família e dos meus amigos, mas pensando na cidade é a tranquilidade.
Se considera um profissional realizado no que faz?
Sinceramente eu não paro para pensar nessas coisas, começar a pensar nas realizações e frutos é um perigo, a gente pode acabar parando na pista.