Fernandopolense de 13 anos ganha prêmio com veneno antidengue

20 de Agosto de 2025

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Fernandopolense de 13 anos ganha prêmio com veneno antidengue

Uma pesquisa desenvolvida pelo estudante Leandro Leomar Borges Rastelli, de apenas 13 anos, morador de Fernandópolis, despertou a atenção da USP - Universidade de São Paulo - e do CNPEM - Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais -, de Campinas. O garoto desenvolveu um inseticida natural contra as larvas do Aedes aegypti, transmissor da dengue.
 Aluno da escola estadual Afonso Cáfaro, Leandro conseguiu demonstrar por meio de pesquisas e testes que o extrato da planta Dieffenbachia picta schott, popularmente conhecida como "comigo-ninguém-pode", tem potencial para matar as larvas do Aedes. O projeto foi um dos finalistas do concurso cientistas mirins, promovido pela Secretaria de Educação de São Paulo. 
O estudante começou as pesquisas em fevereiro. A ideia surgiu depois que ele viu na imprensa o avanço da dengue na região, inclusive que muitos municípios já enfrentavam epidemia da doença. 
"Gosto bastante de pesquisar e fui ver na internet sobre a dengue. Fiquei muito assustado com o aumento no número de casos. Como minha escola estava falando sobre projetos, fui atrás de algo que pudesse ajudar a população", contou o jovem. 
Leandro passou a procurar sobre plantas que pudessem combater o Aedes. Foi então que chegou à comigo-ninguém-pode. "Vi que ela é altamente tóxica, mas que também é uma planta de baixo custo e de fácil cultivo, por isso passei a pesquisar mais." Com a ajuda da professora de química Jucimara Uliana Gomes, ele obteve o extrato da planta para aplicar nas larvas, cedidas pela Sucen - Superintendência de Controle de Endemias. Os primeiros testes mostraram que o produto natural matou as larvas instantaneamente. 
"Também utilizei o caule da planta. Nesse caso, demorou dois dias para matar as larvas", disse o Leandro. "A comigo-ninguém-pode possui oxalato de cálcio, por isso é altamente tóxica. Tiramos o extrato da planta por maceração e o resultado foi muito positivo, por isso já fomos procurados por professores da USP e do Centro de Pesquisas de Campinas. Eles querem até montar um laboratório móvel aqui", explicou a professora. 
GAFANHOTO 
A escola Afonso Cáfaro também ganhou destaque em outra pesquisa no mesmo concurso. Intitulado "Um salto para o futuro - Introdução de insetos na alimentação humana", o projeto quer introduzir gafanhotos na merenda escolar devido ao alto teor de proteínas presentes na farinha feita do inseto. O projeto foi o terceiro colocado na Feria de Ciências promovida pelo Estado. Testes feitos pelos alunos, em parceria com a Universidade Camilo Castelo Branco, indicaram que a quantidade de proteína presente no gafanhoto é de 60%.