Empresas fernandopolenses apostam em trabalhadores temporários

20 de Agosto de 2025

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Empresas fernandopolenses apostam em trabalhadores temporários

Considerada ainda indispensável para boa parte dos comerciantes, a contratação de funcionários temporários para dar conta da demanda de Natal e Ano Novo, continua sendo grande em Fernandópolis. 

De acordo com uma pesquisa divulgada pela CNC - Confederação Nacional do Comércio -, mais de 130 mil vagas serão criadas, no comércio e na indústria em todo Brasil para este fim de ano. Em Fernandópolis não há dados oficiais, mas estimasse que pelo menos 150 vagas foram abertas para a temporada. 

Quatro dessas vagas foram abertas na loja Hering Store.  Segundo a gerente da empresa Ana Lívia Cestari Lima, o número de vagas varia em consonância com a demanda.
 “Fim de ano o nosso movimento aumenta muito e por isso se faz necessária a contratação de pessoal temporário. Baseamos o número de vagas em relação ao mesmo período do ano anterior, levando ainda em consideração o aquecimento do comércio durante todo o ano. Em 2013 contratamos o mesmo número de temporários e não vimos necessidade de aumentar a mão de obra para este ano”, explicou a profissional que já atua na área há mais de seis anos. 
A explicação para o não crescimento no número de vagas na empresa fernandopolense supramencionada está relacionada a necessidade do mercado em todo país no ano de 2014, que foi afetada pela desaceleração na economia, avanço da inflação e alta dos juros. Isso resultou num crescimento de apenas 1% na geração de emprego temporário em relação a 2013, conforme aponta uma pesquisa do  SINDEPRESTEM - Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo.
FUTUROS EFETIVOS 
A mesma pesquisa aponta ainda, que cerca de oito mil profissionais devem ser convidados a entrar para o quadro efetivo das empresas. O número representa 5% do total de vagas ofertadas no país, uma expectativa bem menor do que a de 2013, que foi de 12%. 
“Com o trabalho temporário nós passamos a conhecer melhor a pessoa e suas qualificações, sendo assim, se há a necessidade de contratação, é claro que se o temporário desempenhou um bom trabalho o primeiro a ser procurado para compor o quadro de funcionários será ele”, completou Ana Livia.  
O presidente da ACIF, Carlos Takeo Sugui, comunga da mesma opinião da gerente da Hering. “O profissional desempregado tem uma ótima oportunidade para transformar o emprego provisório em efetivo. Muitas empresas aproveitam esse período para usar como teste e aumentar o efetivo para o ano seguinte. Em alguns casos, até 50% dos temporários podem ser efetivados. Por isso, a busca pela efetivação deve começar logo no processo seletivo. Entre os fatores de maior importância para a contratação do profissional estão as competências comportamentais, o desempenho na entrevista e a experiência técnica anterior relacionada ao cargo”, afirmou Sugui.
DIREITOS
Os direitos dos trabalhadores temporários são semelhantes aos dos efetivos, como registro em carteira profissional, férias e 13º proporcionais, seguro contra acidente descanso semanal remunerado e vale-transporte. Ao término do contrato, esse profissional não precisa cumprir aviso prévio e não há multa de FGTS, mas o empregado pode sacar o valor dos depósitos.
Em julho deste ano, a lei do trabalho temporário teve uma mudança no tempo de duração desses contratos, que podem ser estendidos por até nove meses. Mas a alteração só pode ser aplicada em casos de afastamento do funcionário titular por licença maternidade ou INSS. No caso de aumento de demanda de serviço por causa de datas festivas, como Dia das Mães, das Crianças, Natal e Ano Novo, os contratos são de três meses prorrogáveis por mais três, no máximo.
AUMENTO NAS VENDAS 
De acordo com a ACIF, a expectativa de aumento nas vendas para o comércio fernandopolense para este final de ano é de 3%, um aumento de 0,4% em relação ao mesmo período de 2013. Desse total, os setores de vestuário e calçados devem ser os mais favorecidos, com 33,1% das vendas, seguido pelo setor de supermercado (29,8%), artigo de uso pessoal e doméstico (14,3%), móveis e eletrodomésticos (14,2%), outros segmentos (5,1%) como combustíveis e lubrificantes, informática, comunicação, livraria, papelarias e por último o setor de farmácias e perfumarias (3,6%). 
Ainda de acordo com a Associação Comercial, esse aumento poderia ser bem maior. O principal fator da desaceleração foi o número de vendas do comércio ao longo de 2014. O último dado do IBGE mostra que em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 1,1% nas vendas, um segundo fator que também ajuda a explicar são as taxas de juros cobradas dos consumidores brasileiros, que está hoje no segundo maior patamar da série histórica do Banco Central.