Parreira culpa jogadores por fracasso

"colocamos uma mão na taça", chegou a afirmar o ex coordenador técnico da seleção

20 de Agosto de 2025

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Parreira culpa jogadores por fracasso

O ex-coordenador-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, disse em entrevista ao programa Bate-Bola, da ESPN Brasil, que a formação da geração atual de jogadores do Brasil é a responsável pelo fracasso do time brasileiro na Copa do Mundo de 2014.

Para Parreira, que integrou a comissão técnica liderada por Luiz Felipe Scolari, as falhas na formação dos jogadores acabaram criando um time que não esteve à altura de outras forças do futebol. "A CBF não tem obrigação de formar jogadores", afirmou o ex-coordenador.

"Nenhuma seleção trouxe inovações. O que a Alemanha e a Argentina trouxeram de novo?", disse Parreira, ao ser questionado sobre a possível responsabilidade da comissão técnica na derrota por 7 a 1 para os alemães na semifinal e para a Holanda por 3 a 0 na decisão do terceiro lugar.

"Só existe uma meta com seleção brasileira, que é ser campeão do mundo. A gente chegou entre os quatro. Esse resultado [7 a 1 para a Alemanha] foi vergonhoso, desastroso, a maior derrota da seleção brasileira em todos os tempos. Isso vai ficar escrito, mas quantas vezes o Brasil perdeu de sete? Não vai acontecer outra vez. A Fifa colocou que foi um pesadelo de três minutos e fico com essa definição", disse.

Parreira defendeu o trabalho realizado pela comissão técnica e disse ainda que a seleção brasileira deixou um "legado intangível" de união dos torcedores. 

"O que interessa é o legado esportivo geral, ser campeão, o legado intangível fica numa situação tênue, uns se valorizam e outros não, e nunca vi uma torcida se unir em torno de uma seleção. Até mesmo depois da derrota, em Brasilia, o povo, as crianças incentivando. Então deixou o legado intangível das pessoas cantarem o hino, e isso não foi por acaso, foi construído pela maneira simpatica que as pessoas cantaram", afirmou Parreira.

O ex-coordenador técnico voltou a se defender sobre as declarações de que o Brasil era favorito para vencer a Copa e que já estava "com uma mão na taça". Parreira afirmou que não se arrepende e ressaltou que este tipo de discurso é normal em se tratando da seleção brasileira.

"Se assumisse hoje diria a mesma coisa. Já imaginou algum líder assumindo o cargo e dizendo que vamos entrar para participar? Seríamos massacrados. Disse pela convicção de que seria campeão. E, mesmo se não tivesse, teria dito. É importante ser otimista. Você imagina alguém dizendo que o Brasil chegaria para ser quatro lugar? Me perguntaram o que era preciso pra ser campeão. Falei que, se organiza fora do campo, colocamos uma mão na taça", defendeu Parreira.