De peão a locutor, a história de Asa Branca chega às telas dos cinemas

A trajetória de superação, sucesso e excessos de Waldemar Ruy dos Santos, o Asa Branca, chega às telas do cinema com o filme “Asa Branca – Voz da Arena”, que estreia nesta quinta-feira, 18. O filme está em cartaz na sala 1 do Cinema do Shopping Fernandópolis com estreia às 21h30

A produção retrata a vida do homem que transformou a locução de rodeios em um verdadeiro espetáculo e se tornou um dos nomes mais conhecidos do segmento no país.

Nascido em 19 de abril de 1962, na cidade de Turiúba, a 96 quilômetros de Fernandópolis, Asa Branca iniciou sua carreira ainda jovem como peão de rodeio. O sonho, no entanto, foi interrompido de forma abrupta após um grave acidente durante a Expo Fernandópolis, quando teve o pulmão perfurado ao ser pisoteado por um touro. O episódio marcou o fim de sua atuação nas arenas como competidor, mas deu início a uma nova e decisiva fase de sua vida.

Nascia ali, o locutor que revolucionaria os rodeios brasileiros. Asa Branca passou a narrar os eventos de dentro da arena, próximo aos animais, imprimindo emoção, carisma e um estilo inconfundível. Ele também inovou a narração com música e entradas triunfais, transformando os rodeios em espetáculos grandiosos. O sucesso o levou à fama nacional, com participações em novelas e programas de auditório nos anos 1990.

No auge da carreira, recebeu o diagnóstico de HIV positivo e, anos depois, enfrentou graves problemas de saúde, como a neurocriptococose — conhecida como “doença do pombo” — e um câncer agressivo na mandíbula. Ele morreu em 2020, aos 57 anos.

O filme “Asa Branca – Voz da Arena” revisita momentos-chave dessa trajetória, desde o trauma que o afastou das arenas como peão, passando pela descoberta da paixão pela locução, até o impacto que causou ao reinventar o rodeio no Brasil.

“Escolhemos um recorte mais brando. Decidimos contar a história de um sonho interrompido por um acidente, e do novo significado na vida desse personagem, que foi a locução”, diz o diretor Guga Sander.

O roteiro começou a ser desenvolvido em 2023 e, no ano seguinte, a produção contou com 30 dias de pré-produção e 30 dias de filmagens, realizadas em Fernandópolis, Mira Estrela e Pedranópolis, no Noroeste paulista.

A viúva de Asa Branca, Sandra Maria Asa Branca dos Santos, que também foi sua empresária, acompanhou de perto as gravações em Fernandópolis e agora vive a expectativa pela estreia do longa nos cinemas. No filme, o locutor é interpretado por Felipe Simas, enquanto Sandra é vivida pela atriz Lara Tremouroux, conhecida pela novela “Um Lugar ao Sol”.

Segundo o diretor Guga Sander, a proposta vai além do universo dos rodeios. “Quem não conhece o Asa Branca vai se emocionar — e quem nunca foi a um rodeio também. Fiz um filme sobre uma pessoa, sobre humanidade, não um filme segmentado”, afirmou.

Além de Felipe Simas e Lara Tremouroux, o elenco conta com Fábio Lago, Ravel Andrade e Camila Brandão. A produção é assinada por Marcos Araújo e João Queiroz Filho.