Relato de testemunha levou a Polícia Civil a investigar os policiais ambientais que atuaram na ocorrência em Palestina
A Polícia Civil passou a investigar como suspeita de homicídio a morte de Manoel Martines Mendes, de 30 anos, operador de máquina, que supostamente se afogou na Cachoeira do Talhadão, no distrito de Duplo Céu, em Palestina (SP). O caso, inicialmente tratado como afogamento acidental, ganhou novo rumo após uma testemunha afirmar ter visto o homem sendo agredido e jogado na água por policiais ambientais.
De acordo com a Polícia Ambiental, Manoel teria se lançado no rio ao tentar fugir de uma abordagem durante uma operação contra pesca irregular, no dia 22 de outubro. O corpo dele foi encontrado dois dias depois.
Inicialmente, a Polícia Ambiental informou que Manoel Martines Mendes pulou no rio para tentar fugir de uma abordagem, uma vez que estava praticando pesca irregular em um barco com outra pessoa.
Segundo a TV TEM, a Polícia Civil passou a investigar o caso como possível homicídio. Uma testemunha, disse que estava do outro lado da margem do rio quando viu Manoel sendo agredido pelos policiais ambientais e jogado na cachoeira.
Em nota, a Polícia Ambiental informou que constatou a presença de três pescadores no local, utilizando drones. Ao notar a aproximação da equipe, os policiais confirmaram que um dos homens fugiu pulando no rio, sendo levado pela correnteza.
Outro fugiu por terra e um terceiro foi multado conforme prevê a legislação. Em seguida, a equipe iniciou a busca pelo pescador que fugiu. Depois de localizado, a dupla prestou depoimento, conforme a corporação, e declarou que não sofreu ou presenciou qualquer tipo de agressão por parte dos policiais.
Manoel, segundo a polícia, é infrator ambiental reincidente na prática de pesca ilegal no mesmo local, que inclusive se valia da mesma ação de se lançar ao rio para fugir das abordagens, tendo contra ele registrados ao menos três boletins de ocorrência ambiental.
Ao jornal Diário da Região, o pai de Manoel, Antônio Mendes, afirmou que foi surpreendido pelo telefonema da testemunha, que afirmou que estava há três dias sem dormir e precisava contar o que tinha visto. “Desde o dia do acidente, meu coração já dizia que tinha algo errado. Meu filho era bom nadador, ele conhecia a região. Jamais iria se arriscar na correnteza”,