Morre em SP, a professora Luzia Monteiro Zilenovski

20 de Agosto de 2025

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Morre em SP, a professora Luzia Monteiro Zilenovski

Foi sepultada nesta quarta-feira, 13, no Cemitério do Horto Florestal em São Paulo, a professora Luzia Monteiro Zilenovki,, 97 anos,  viúva do médico Dr. Alexandre Zilenovski , cujo nome foi perpetuado  na UBS da Brasilândia pela sua atuação em Fernandópolis. Ela morreu na terça-feira, 12. Era irmã do médico e ex-prefeito de Fernandópolis, Adhemar Monteiro Pacheco.

Em post nas redes sociais, o filho e médico Alexandre Monteiro Zilenovki publicou mensagem. “Minha mãe despediu-se desta jornada terrena e juntou-se a meu pai e todos irmãos dela que já se foram antes. Foram 97 anos bem vividos e cercada de amor da família”. 

O advogado fernandopolense Dr. Fernando Jacob Filho publicou em sua página no Instagram uma homenagem à professora, dos tempos de Fernandópolis. Veja o texto abaixo:

DONA LUZIA, A PROFESSORA QUE ERA UM LUAR

Há professores que passam pela vida como brisas leves; mal notamos sua partida. Outros, porém, chegam como luas cheias, iluminando nossa infância com uma luz que nunca se apaga, mesmo quando o tempo as leva para longe dos nossos olhos. Dona Luzia foi assim: uma claridade suave, um cuidado que não fazia alarde, mas que permanecia, firme e doce, como o cheiro do giz misturado ao perfume de jabuticaba madura no quintal da escola.

Em 1963, o mundo era maior. Fernandópolis respirava política, e eu, menino de nove anos, carregava no peito o orgulho e a ansiedade de ver meu pai correr atrás de um sonho. Na sala de aula, porém, Dona Luzia não permitia que as disputas dos adultos virassem fronteiras entre nós. Lembro do Jacozinho Gaetti, filho do adversário, e de como ela nos chamou para fora, não para nos censurar, mas para semear no coração daquela turma uma lição que nenhum livro didático ensinava: a de que respeito e amizade não tinham partido!

Ela sabia que as crianças carregam nos ombros, sem entender direito, as batalhas dos mais velhos. Por isso, quando meu pai perdeu a eleição, ela me esperava no portão, seu vestido simples balançando no vento, e me levava pela mão, desviando-me dos olhares que poderiam machucar. Não usava muitas palavras, bastava sua presença, calma como um rio, para me fazer sentir seguro.

Em 1964, ela partiu para São Paulo, e minha saudade de menino não sabia ainda que algumas pessoas nunca vão embora de verdade. Dona Luzia ficou aqui, nas histórias que seu filho Alexandre e eu trocamos, como quem guarda cacos de um mesmo vidro colorido. Ficou no jeito como, até hoje, eu olho para certos professores e penso: "Ah, se fossem como ela…"!

Agora, ela se foi, não para sempre, porque anjos como LUZIA MONTEIRO ZILENOVSKY não morrem; apenas dobram as asas e descansam. Mas deixam atrás de si um rastro de gratidão que o tempo não apaga. Deixo aqui, então, esta crônica como um ramalhete de palavras para ela: obrigado por ter sido minha professora, minha protetora, meu pedacinho de céu em tempos de terra tão dura.