Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, mulher transsexual e estudante de Zootecnia, desapareceu no dia 12 de junho, após sair do Campus II da Unesp de Ilha Solteira
O caso da estudante desaparecida há 50 dias em Ilha Solteira, cidade a 134 km de Fernandópolis, continua repercutindo. Em novos depoimentos colhidos pela Polícia Civil de Ilha Solteira, um dos suspeitos presos pelo desaparecimento da jovem Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, confessou que ela está morta. Um celular destruído foi encontrado e encaminhado para perícia. O aparelho possivelmente pertencia à estudante.
O delegado do caso, Miguel Rocha, confirmou que os suspeitos foram novamente ouvidos e que um deles admitiu que a vítima está morta, porém continua negando o crime. O outro permaneceu em silêncio.
Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, mulher transsexual e estudante de Zootecnia, desapareceu no dia 12 de junho, após sair do Campus II da Unesp de Ilha Solteira. Ela foi vista pela última vez pilotando uma bicicleta elétrica.
Após o desaparecimento, a Polícia Civil iniciou as investigações, resultando na quebra de sigilo e interceptação telefônica da vítima e de dois suspeitos — um deles, também estudante de Zootecnia, mantinha um relacionamento com Carmen; o outro, um policial militar aposentado, era amante do primeiro suspeito.
Após a análise de todo o material disponibilizado pelas operadoras de telefonia, a polícia constatou que Carmen não saiu da cidade. O último local onde o celular da jovem teria dado sinal foi no Assentamento Estrela da Ilha, onde o namorado da estudante morava. Também foram analisadas câmeras de segurança por toda a cidade, entre casas e estabelecimentos comerciais, traçando todo o trajeto feito por Carmen no dia do desaparecimento.
Mais uma vez, o último local onde ela foi vista com vida foi no sítio do suspeito. Feminicídio Com base nessa linha de investigação, a polícia passou a tratar o caso como um feminicídio, já que a jovem foi vista chegando ao sítio e não foi vista saindo do local. De acordo com a polícia, as investigações apontam que o suspeito, com a ajuda do amante, teria cometido o crime e ocultado o corpo.
Os dois foram presos temporariamente, inicialmente por 30 dias, para andamento das investigações. Ambos, até o momento, negam o crime. De acordo com o delegado do caso, Miguel Rocha, a motivação do crime seria o fato de que Carmen teria descoberto o envolvimento do namorado com furtos e roubos de fios de cobre em Ilha Solteira, e montado uma pasta com todas as provas em seu computador, como uma espécie de dossiê.
Após serem confirmados os indícios de que Carmen não havia saído do sítio, a Polícia Civil passou a realizar buscas com apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) e do Corpo de Bombeiros por todo o local onde residia o suspeito. Foram feitas buscas no rio São José dos Dourados, que margeia a propriedade, com o auxílio de drones e sonares, e até mesmo com auxílio da Marinha, porém, nada foi encontrado. A polícia também contou com o apoio de um geólogo da Unesp, que utilizou um aparelho de georradar (GPR) para analisar o solo do sítio. No entanto, novamente, nada foi localizado.
O único indício encontrado pela Polícia Civil foram fragmentos de ossos queimados, localizados perto da casa do rapaz. O material, encontrado no dia 18 de julho, foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para averiguar se são ossos humanos. Se confirmado, será feito posteriormente um exame de DNA. O laudo deve sair em até 30 dias. As investigações prosseguem. (Com informação do Diário da Região).
A estudante desaparecida há 50 dias em Ilha Solteira. Suspeito confessa que ela está morta