Operação da DIG cumpriu mandados em Uberlândia (MG) e aponta prejuízo de mais de R$ 200 mil a vítimas em diversas cidades paulistas.
Uma operação de grande impacto coordenada pela Polícia Civil de Fernandópolis, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (14) na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, com o objetivo de desmantelar uma quadrilha especializada em crimes de estelionato eletrônico que atuava em todo o Estado de São Paulo.
Foram cumpridos quatro mandados de busca domiciliar, expedidos pela Justiça paulista após meses de investigações minuciosas, onde foram apreendidos três celulares, um notebook, dois videogames e um caderno de anotações relacionadas aos crimes em apuração. O investigado M.D.S. de 19 anos confessou a prática delitiva, no entanto, não informou quem são os seus comparsas. De acordo com os investigadores, o grupo criminoso utilizava o MarketPlace do Facebook como principal ferramenta para aplicar os golpes, negociando a compra de bens móveis — como eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, artigos de informática e até motores de popa — com vendedores residentes em diversas cidades paulistas, inclusive em Fernandópolis.
No entanto, a suposta compra não era finalizada com o pagamento. Em vez disso, os criminosos enviavam motoristas de aplicativo para buscar os itens diretamente com as vítimas, muitas vezes utilizando comprovantes de transferência falsificados como forma de enganar os vendedores.
Modus operandi e prejuízo expressivo
Segundo o delegado titular da DIG de Fernandópolis, Dr. Rafael Prado Buosi, a investigação conseguiu atribuir aos suspeitos a autoria de pelo menos 20 boletins de ocorrência registrados em diferentes cidades do Estado de São Paulo. “É uma quadrilha bem estruturada, que agia com frieza e planejamento, explorando a confiança das vítimas e as facilidades do ambiente digital”, afirmou.
O prejuízo causado pelos golpistas ultrapassa R$ 200 mil, e o número de vítimas pode ser ainda maior. “Muitos casos não foram registrados ou ainda estão sendo levantados. Acreditamos que esse valor pode subir consideravelmente nos próximos dias, à medida que novas vítimas forem identificadas”, completou o delegado.
Tecnologia como aliada e desafio
A investigação também revelou o uso de chips de telefone cadastrados com dados falsos, contas bancárias de terceiros (laranjas) e perfis falsos no Facebook. “A sofisticação das fraudes digitais nos desafia constantemente. Por isso, o trabalho integrado com outras delegacias e com as plataformas digitais é fundamental para coibir esse tipo de crime”, destacou o delegado.
Próximos passos e alerta à população:
As investigações continuam, agora focadas na identificação de demais integrantes da quadrilha e na recuperação dos bens que foram locupletados das vítimas.
A Polícia Civil alerta a população para que redobre os cuidados ao negociar pela internet:
- Evite entregar produtos antes da confirmação do crédito em conta;
- Desconfie de pressa ou insistência para retirada imediata;
- Verifique a autenticidade dos comprovantes de pagamento;
- Prefira transações por plataformas seguras que intermedeiam o pagamento.
A operação em Uberlândia contou com apoio da Polícia Civil mineira, garantindo a eficácia do cumprimento dos mandados.
Caso tenha sido vítima procure a delegacia mais próxima.