A fernandopolense Roselma Lucchese, reitora da Universidade Federal de Catalão, na cidade de Catalão/GO, viveu uma experiência única em sua vida. No dia 21 de setembro de 2023, ela foi recebida pelo Papa Francisco no Vaticano. Ela contou essa experiência em entrevista à Rádio Difusora FM e CIDADÃOnet.
“Não tem como não ser tocada na alma com o olhar doce e profundo do Papa Francisco. É um olhar penetrante, algo que pode modificar a sua vida no sentido de que você está perto de uma pessoa que representa tanto, uma pessoa que traz a santidade, o interesse político, o interesse religioso, pela humanidade, uma pessoa para além da história”, relatou.
Roselma esteve na Itália em uma missão acadêmica com o Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras – GCUB – participando do evento “Organizando a Esperanza” em que se discutiu pautas de interesse mundial, como: as crises de meio ambiente, sociais econômicas e culturais, o qual constituiu-se uma carta que foi apresentada em uma audiência com o Papa Francisco.
O encontro de reitoras e reitores de Universidades da América Latina, Caribe e Itália com o Papa durou aproximadamente 1h30, quando foi selado o compromisso com a ‘casa comum’ uma Universidade a serviço dos mais vulneráveis, de um meio ambiente sustentável, com tecnologias voltadas ao social”, relatou na época a fernandopolense.
Roselma Luchese nasceu em Fernandópolis, é formada em enfermagem pela FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis, trilhou o caminho acadêmico, é doutora pela USP – Universidade do Estado de São Paulo – e foi nomeada reitora da UFCAT - Universidade Federal de Catalão.
No momento que o mundo se prepara para os funerais do Papa, marcado para sábado no Vaticano e que deve reunir cerca de 200 Chefes de Estado, CIDADÃOnet resgata trecho da entrevista em que a fernandopolense relata o encontro com o Papa em 2023. Leia:
Conta sobre a experiência, durante encontro com o Papa Francisco no Vaticano?
A gente tem que considerar esta experiência em duas dimensões. Primeiro, a experiência como gestora pública, de uma instituição de ensino superior pública federal. Nós tivemos um chamado do Papa e foi uma reunião longa. Antes fizemos um encontro preparatório, um dia todo de grupos de trabalhos em que reitores de vários países, principalmente da América Latina como Chile, Argentina, Brasil, México, Venezuela, Colômbia, Caribe e Itália. Nos reunimos para preparar essa carta para o Papa Francisco. Ele fez um chamamento dos grupos internacionais de universidades, principalmente as públicas, para que possamos nos comprometer com pautas mundiais, principalmente o combate à pobreza, crise social e humana, a crise ambiental e o desenvolvimento sustentável. São pautas no qual o Vaticano está extremamente interessado como responsabilidade para as próximas gerações. Esse clube de universidades brasileiras e latinas americanas se reuniu para assumir um compromisso com o Papa Francisco para que o ensino e a pesquisa extensão sejam pautados nesses interesses mundiais, principalmente se importando com aqueles mais vulneráveis do mundo. Foi um momento político, não foi uma reunião religiosa, em que o líder da religião católica nos convida para isso. O encontro com o Papa foi para apresentar o que foi discutido. Ficamos com o Papa Francisco numa audiência de mais de uma hora e meia em que discutimos todas essas questões. Ele nos deu uma aula com o máximo de vigor sobre essas pautas mundiais. Selamos ali um compromisso com essas pautas propostas pelo Papa e que é de interesse mundial. Foi um encontro político extremamente importante.
E o seu sentimento nesse encontro com o Papa?
Essa é a segunda dimensão dessa experiência. Me apresentei como reitora da Universidade Federal de Catalão (GO) e recebi as bênçãos do Papa. Trocamos apertos de mãos e olhares incríveis. Recebi a benção como gestora, mas também como pessoa e não tem como não ser tocada na alma com o olhar doce e profundo do Papa Francisco. É um olhar penetrante, algo que pode modificar a sua vida no sentido de que você está perto de uma pessoa que representa tanto, uma pessoa que traz a santidade, o interesse político, o interesse religioso, pela humanidade, uma pessoa para além da história. Como gestora, saí feliz do encontro por estar colocando minha instituição nesse rol internacional de discussões e de práticas. Como pessoa, a gente sai modificada e tocada por um encontro que emana uma energia muito positiva, passando uma tranquilidade extrema. Não tenho precedentes na vida para dizer o quão essa experiência foi transformadora.
Em algum momento na vida, imaginou um dia estar diante do Papa, segurando sua mão?
Já me considerava uma pessoa muito feliz por ter conhecido algumas pessoas no meu caminho que para mim são únicas, mas nunca pensei em viver uma experiência como essa, imaginar que um dia estaria diante do Papa e tocar em suas mãos, ainda mais se tratando de um Papa latino-americano com uma história de tanta identidade com o nosso país, com a nossa vida, tão preocupado com o mundo. Quando recebi o convite em meados deste ano, imaginei que estaríamos em uma sala com o Papa, para entregar um documento. Mas, não imaginava, até na véspera, que teria a oportunidade de tocar em suas mãos e receber a benção individual. Sai desse momento com as pernas bambas, taquicardia e ainda não acreditando muito no que havia acontecido.