Mais idosa, Fernandópolis é 55ª no ranking nacional da longevidade

20 de Agosto de 2025

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Mais idosa, Fernandópolis é 55ª no ranking nacional da longevidade

Após o IBGE mostrar que a população acima de 60 anos em Fernandópolis já representa 21,1% dos 71.186 moradores da cidade, saiu esta semana o IDL - Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade - instituição idealizada pela MAG Seguros que estuda os impactos socioeconômicos do envelhecimento.

Fernandópolis aparece no ranking das cidades com menos de 100 mil habitantes em 55º lugar. A edição anterior do ranking em 2020, Fernandópolis era a 7ª colocada.

Com uma metodologia própria, o IDL 2023 analisou todas as cidades brasileiras com base em 23 indicadores, dentro de três grandes categorias: saúde, socioambiental e economia. Segurança financeira dos idosos, endividamento municipal, engajamento cívico de idosos, número de estabelecimentos de saúde, quantidade e motivos dos óbitos são exemplos de fatores contemplados pelo estudo.

A queda de Fernandópolis no ranking decorre das notas baixas em quesitos como o sócio ambiental (45,78) e economia (54,55). O melhor desempenho foi em saúde com nota atingindo 72,39.

“O principal objetivo do IDL é destacar de maneira clara e objetiva os aspectos positivos e pontos a melhorar de cada cidade em relação à qualidade de vida das pessoas idosas. A ideia é inspirar gestores, governantes e representantes da sociedade civil a tomarem ações eficazes para promover a longevidade dos brasileiros em todas as comunidades”, avaliou Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade.

A população idosa de Fernandópolis está em franca expansão. De acordo com dados do censo do IBGE, divulgados na semana passada, Fernandópolis tem uma população de 15.083 pessoas com mais de 60 anos, o que representa 21,1% do total dos moradores. No censo de 2010, a população acima de 60 anos era 16,1%. No censo de 2000, 12%.

“O IDL é ideal para os gestores públicos municipais que queiram desenvolver políticas públicas mais alinhadas às reais necessidades dos idosos. Se os adultos idosos estão em número cada vez maior e habitam principalmente as cidades, mapear e entender o que influencia seu bem-estar nesses espaços é fundamental”, diz o estudo.

AÇÃO

É cada vez maior o número de idosos que buscam os programas de atividades, seja esporte ou cultura, disponíveis em Fernandópolis para melhorar a qualidade de vida. Os programas são disponibilizados pela administração municipal e pela Unati.

Fernandópolis é uma das poucas cidades com projeto para o esporte que independe de quem esteja no governo, que contempla vários núcleos pela cidade (Clube da Cesp, Casa de Portugal, Santa Barbara, Vila Nova, Vila Veneto, Quadra da Cultura e Jayme Leone) e que abarca o vôlei adaptado e hidroginástica para a terceira idade.

A parceria com a Casa de Portugal para a hidroginástica para a terceira idade e alunos da ADVF foi um estouro na avaliação do secretário Humberto Cáfaro. Tem também a hidroginástica no Clube da Cesp, sede da Secretaria de Esportes. Dona Rosa Zanco que está na hidro por indicação médica por causa de dores, diz que participar da hidro duas vezes por semana é uma terapia. Quem melhorou também a qualidade de vida foi o senhor Antônio Honório de 57 anos. “O médico recomendou e cheguei aqui e não descia a escada, hoje já subi e desci, sem problemas”, relatou.

Outra turma da terceira idade que trocou a ociosidade pelo esporte está no vôlei adaptado. Recentemente a equipe feminina que disputa na categoria de 58 a 70 anos se classificou para a final estadual fase ouro, que irá acontecer no mês de dezembro. Na categoria de 68 a 80 anos, o time é destaque na série ouro, sob a supervisão do treinador Jhonattan Sabino. As mulheres são maioria nas atividades esportivas. Enquanto a cidade tem duas equipes femininas no vôlei adaptado, ainda não conseguiu formar equipe masculina.

No ano passado foi inaugurada a Academia da Saúde Mário Aldo Tonissi, ação que envolve as secretarias da Saúde e Esporte. O local disponibiliza atividades para os idosos com acompanhamento profissional. “Fico feliz em ver os grupos para as atividades sempre cheios, isso tem um reflexo muito positivo para a saúde de todos”, comentou o secretário de Saúde, Ivan Veronesi.

UNATI

A Unati – Universidade Aberta da Terceira Idade – é outra ação voltada para a melhor qualidade de vida dos idosos em Fernandópolis. Sob a presidência de Ângela Azadinho Campos, a entidade trabalha com idosos em várias frentes, contribuindo para que a cidade seja uma boa cidade para se envelhecer.

Em entrevista recente ao CIDADÃO, Ângela Campos relatou que a Unati atende um bom público com uma grade de atividades durante a semana toda, incluindo coral, aula de italiano, atividades físicas, bordados, aula de violão, teatro e um grupo de terapia denominado “mente malhada” tudo proporcionado por profissionais voluntários. “A Unati não fica só com atividades internas. Temos também realizado apresentações fora da cidade com nosso coral, violão e teatro. Procuramos fazer uma interação com a comunidade, escolas e entidades”. A Unati participa do Fernanraiá e o grupo de Teatro foi sucesso na Mostra Estudantil de Teatro concluído no final do mês passado.

“Na Unati, o idoso tem qualidade de vida, e a pessoa readquire sua independência. O asilo e casas de repouso são entidades necessárias para as pessoas que precisam. Quem vai para a Unati não vai para esses espaços, nem da Casa Abrigo (creche do idoso). As pessoas que estão lá tem alegria de viver, motivação para viver. Lá não tem depressão...”, cita.