Sentimento de tristeza marcou o grupo de 55 peregrinos que estava com viagem agendada para Israel para o mês que vem e que foi adiada por conta do conflito que eclodiu no último final por conta do ataque do grupo extremista Hamas à Israel.
Padre Luciano Ramos Natividade da Paroquia de Meridiano é quem coordena o grupo que vinha se preparando desde o início do ano para essa viagem. Ele contou no programa Rotativa no Ar da Rádio Difusora que o grupo embarcaria no dia 14 de novembro para um roteiro de oito dias pela Terra Santa. O grupo estava fechado com 55 peregrinos para a viagem a Israel, com várias pessoas de Fernandópolis, da região, de Ribeirão Preto, Rio Preto e São Paulo.
“Infelizmente, essa guerra pegou todos de surpresa, algo muito triste para o mundo. Diante do conflito instalado em Israel, a própria agência de viagens se antecipou e já nos comunicou que seria necessário o adiamento da excursão até cessar o conflito”, explicou.
Segundo ele, é uma situação incerta. “Ninguém pode garantir se será possível viajar entre março ou abril como está sendo programado. O momento é de a gente orar muito pedindo para cessar essa guerra que infelizmente acontece. A viagem é o de menos, é algo que dá para esperar. Agora, o triste é a gente ver essa guerra acontecendo e as pessoas inocentes estão morrendo no conflito”, lembrou.
Padre Luciano relata que seria sua primeira viagem a Israel com os peregrinos. “Imagina a nossa expectativa como estava, com a viagem tão próxima de acontecer. E de repente os planos mudam, mas antes estarmos aqui afastado da guerra, do que se estivéssemos lá e isso acontecesse. Veja o pessoal hoje precisando da FAB para voltar para o Brasil”, disse.
“Com quem tive oportunidade de conversar, não vou negar que acabamos ficando com o sentimento de tristeza, porque a expectativa era grande, a gente ficava imaginando a emoção que seria pisar na terra por onde Jesus caminhou e que são narrados na sagrada escritura. Mesmo com esse pesar, precisamos ter tranquilidade e esperar que o conflito termine e peço a Deus que seja o quanto antes, porque pensamos na vida dos inocentes que estão morrendo. Na hora certa de Deus vamos estar lá. O que não podemos perder em nosso coração é a fé que nos leva sempre a ter esperança de que venha surgir a paz entre nós, entre os países e onde tenha guerra neste momento. Que a gente possa se unir em oração por esses povos”, acrescentou.
PADRE RODOLFO
Em outubro de 2018, padre Rodolfo Cabrini de Oliveira atuava na Paróquia Santo Expedito em Fernandópolis e viajou com grupo de peregrinos para Israel. Quando retornou ele contou em entrevista ao CIDADÃO a experiência da viagem à Terra Santa.
“Posso dizer que foi uma experiência incrível, pois são lugares encantadores e cheios de significados para nós, cristãos. Percorremos muitos lugares que estão descritos na Bíblia e pudemos andar pelas estradas que o próprio Jesus andou. Acredito não ser possível descrever tudo o que vivemos nesses dias na Terra Santa. Foi uma mistura de fé e emoção de estar exatamente nos lugares onde aconteceram os fatos mais importantes para o cristianismo”, relatou à época.
A peregrinação do grupo de Fernandópolis começou pelo Monte Tabor, onde Jesus se transfigurou. O grupo também esteve no Rio Jordão, conheceu o Mar da Galileia, a Casa de Pedro e Jericó. Em Jerusalém o grupo percorreu o caminho da Via Sacra e foi ao Santo Sepulcro. Esteve no Monte das Oliveiras e visitou também a cidade de Belém, onde nasceu Jesus.
“Parece que voltamos no tempo. Isso já é o bastante para repensar muitas coisas em nossa vida”, contou.
Perguntado na época se as pessoas que passavam por Israel tinham a percepção do ambiente de conflito com os palestinos ele foi sucinto. “Com toda a sinceridade, me senti mais seguro em Israel do que no Rio de Janeiro ou em São Paulo. O problema lá são conflitos externos, disputas de territórios e poderes. Mas em relação aos turistas, tudo é muito tranquilo. O conflito existente naqueles lugares é histórico, motivado por convicções sociais e religiosas, algo que dificilmente se resolverá. Acredito que só por intervenção divina”, relatou.