“Isso aqui não pode virar a casa da mãe Joana”, diz presidente sobre o transporte coletivo

20 de Agosto de 2025

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“Isso aqui não pode virar a casa da mãe Joana”, diz presidente sobre o transporte coletivo

Da reunião em 3 de julho entre o prefeito André Pessuto, vereadores, secretários e dono da empresa Jauense Bruno Verdini, onde foram cobradas e prometidas melhorias no transporte coletivo de passageiros, nada aconteceu até agora. A população segue exposta a todo tipo de risco com os “sucatões” que a empresa mantém em circulação.

“Adivinha o que quebrou pela manhã ao irmos trabalhar e também quebrou agora a tarde voltando do trabalho? A circular do São Francisco/Ipanema/ Redentor”. O protesto é de Juliane França Pedro que ganhou as redes sociais e repercutiu na sessão da Câmara de terça-feira, 12, quando foi discutido um novo requerimento do vereador Jeferson Leandro de Paiva com pedido de informações “sobre medidas que estão concretamente sendo tomadas pela administração com relação à melhoria dos serviços prestados pela empresa concessionária do transporte coletivo urbano do município”.

“Desde a reunião de julho ficou claro que não estava sendo cumprido o contrato e junto com o proprietário da empresa discutiu-se soluções, uma delas uma frota de micro-ônibus nova para atender a população. O requerimento é para saber se a empresa vai cumprir o contrato original colocando a frota como deve ser ou se vai adequar o serviço, como combinado. Mas, tem que fazer para ontem”, disse o vereador.

“Quebra ônibus hoje, quebra ônibus amanhã. E as coisas não acontecem. Participamos da reunião, proprietário da empresa apresentou o cronograma dele pedindo realinhamento de preços. Só que as coisas não acontecem. Como fica as nossas caras de palhaço perante a população? Parece que a gente não cobra. O tempo passa e nenhuma resposta foi dada. Olha que situação feia, ridícula. Não sabemos o que responder à população”, criticou o vereador Daniel Arroio.

Foi o presidente da Câmara João Pedro Siqueira quem fez um relato contundente da situação. Ele lembrou que há cerca de um ano trouxe empresário interessado em assumir o transporte coletivo da cidade. “Tenho feito reunião com o prefeito André, com Cassadante (secretário de Gestão) e com os envolvidos nesta questão. A última aconteceu a questão de um mês. Ficou-se de fazer uma reunião em 15 dias e até agora nada”, relatou.

Na terça-feira, João Pedro enviou mensagem ao secretário José Cassadante para saber como anda o caso e aproveitou para anexar o desabafo da fernandopolense Juliane França. “Foi para mostrar que a empresa não tem condições de continuar prestando serviço. Não tem mesmo. A resposta que tive é que está indo para o jurídico dar o parecer sobre o contrato”, contou. A empresa fez uma justificativa e defesa. Após o jurídico, o processo vai para decisão do prefeito.

Siqueira lembrou que a questão anterior era, “se nós perdermos a Jauense não temos mais ninguém interessado. Isso caiu por terra há coisa de um ano, quando levei a empresa interessada. Agora a empresa descumpre o contrato e vamos ficar ouvindo desculpas e dando chances para uma empresa, ao meu ver, está quebrada financeiramente. Se não cumpre aquilo que está pactuado e o município não age, deixando a coisa rolar, quem sai perdendo é a população”.

Ainda na fala, o presidente colocou que a empresa que levou até o Executivo tem condições de assumir o transporte “em 30 dias, com cinco ônibus zero, do jeito que o município quiser oferecer à população”. Ficamos contentes, porque os valores são equivalentes, vamos distratar aqui e contratar ali. Não tem motivo de ficar com a Jauense mais, colocando a população correndo risco subindo nesses sucatões da empresa que, infelizmente não presta serviços. Ela presta um desserviço”.

João Pedro Siqueira comentou ainda o transporte de alunos da Apae e citou que a empresa vencedora não é a Jauense, mas pertence ao mesmo dono. “Se está mascarando, montando outra empresa tem alguma coisa errada nesta história”, acrescentou.

Por fim, lembrou que a Câmara é parceira do governo, “mas a coisa não anda. Sei que tem os entraves burocráticos, legais, que trava muita coisa, mas tem hora que não dá. Se a empresa não está cumprindo o contrato, não podemos dar chance de continuar errando. Isso aqui não pode virar a casa da mãe Joana”.

MICRO-ÔNIBUS

Questionada sobre a polêmica do transporte coletivo de passageiros e da promessa da chegada de micro-ônibus na cidade, a secretaria de Comunicação informou que “a empresa comunicou a Semutran – Secretaria Municipal de Trânsito - que a troca está programada para setembro. Os veículos já estão no município passando pela regularização e inspeção final para entrar em circulação”.

Reportagem do CIDADÃO flagrou no início da noite de quinta-feira, um desses micro-ônibus no ponto central ao lado da Matriz, ao que parece já apresentando problema mecânicos e já estaria recolhido na oficina da empresa.