É a terceira vez que a Câmara de Fernandópolis aprova “Moção de Repúdio” contra a Neonergia Elektro pela péssima qualidade dos serviços prestados na cidade com quedas sistemáticas no fornecimento de energia.
Desta vez, a proposta foi apresentada pelo vereador Murilo Jacob. Nos últimos dias, houve problemas no fornecimento de energia para a Santa Casa, fato que exigiu uma intervenção de emergência da empresa e na noite de segunda-feira, parte da cidade ficou novamente sem energia.
“O que deixa indignado é que a rede de distribuição da Elektro está sucateada. Já faz muito tempo que deveria haver uma nova subestação de energia na cidade. Bate um vento e a energia cai. Isso não é normal. Falta manutenção. A empresa só está interessada em ganhar dinheiro”, disse o vereador lembrando que isso é o custo da privatização. Ele citou ainda da bagunça na fiação da rede de postes da empresa. “Não podemos aceitar uma situação como essa”, completou
Os vereadores decidiram, além de aprovar a Moção de Repúdio, encaminhar o caso para o Ministério Público. “O que estamos passando com a energia hoje é uma pouca vergonha. Todo dia tem problema”, esbravejou o vereador Ademir de Almeida. Julinho Barbeiro lembrou que a empresa faz pouco caso até com os pedidos de substituições de postes de madeiras com risco de queda.
O vereador Daniel Arroio apontou que as quedas de energia não causam apenas prejuízo aos consumidores com queimas de aparelhos eletrodomésticos, mas representa risco de morte para pessoas que dependem de aparelhos e a queda de energia pode ser fatal. “Acho que caberia uma Ação Civil Pública. Vamos acionar o Ministério Público e levar esse caso adiante. Não dá mais, virou piada”, disse.
“A situação da energia que é fornecida para Fernandópolis é vergonhosa. É só aparecer uma nuvem e já tem queda. Já pedimos uma nova subestação. Passou da hora da cidade ter uma nova subestação. Eles falam que a subestação foi ampliada. Se houve uma ampliação, não atende a necessidade da população”, disse o vereador João Paulo Cantarella que apoiou a iniciativa de buscar o Ministério Público, senão para uma ação civil pública, mas para um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – para equacionar o problema.
O vereador Aparecido Moreira da Silva lembrou o caso de uma mãe com o filho que sobrevive em uma UTI em casa. “Toda vez que cai a energia, ela entra em desespero porque o filho sobrevive com os aparelhos que dependem de energia. A Elektro sabe disso”, lembrou.
“A zona rural também sofre com queda de energia, até mais que na cidade. E muitas propriedades tem equipamentos de refrigeração que dependem de energia e sempre tem prejuízo, sem contar as empresas instaladas em parques industriais que convivem com o problema de energia. Precisamos ter autossuficiência de energia, inclusive para atender o novo Parque Industrial e mini distritos”, citou o vereador Jeferson Leandro de Paiva.
“Estamos usando a Moção de Repúdio como ferramenta para cobrar a empresa que é privatizada. Estamos repudiando essa situação da energia em Fernandópolis”, citou João Garcia Filho. “Cobranças para a Elektro nunca são atendidas”, acrescentou Everaldo Lisboa.
Gustavo Pinato, que apresentou no ano passado uma Moção de Repúdio contra a Elektro, se mostrou cético. “Isso é uma vergonha. Não me presto a participar de reunião com o pessoal da Elektro. Se for no Fórum, no Ministério Público, podem constar comigo”. A Moção de Repúdio foi aprovada por todos os vereadores. As outras duas moções foram apresentadas pelo vereador Gustavo Pinato e pelo ex-vereador Salvador de Castro.
Equipes da Elektro durante atendimento de emergência para regularizar o fornecimento de energia para a Santa Casa que vinha sofrendo com quedas constantes. Foi na quarta-feira, 30 de agosto
